domingo, 3 de fevereiro de 2013



MAX, O M E N D I G O

Em 1850, numa vila da Baviera, morreu um velho quase centenário, conhecido por pai Max.
Por não possuir família, ninguém lhe determinava a origem. Havia cerca de meio século que se invalidara para ganhar a vida, sem outro recurso além da mendicidade, que ele dissimulava, procurando vender, pelas herdades e castelos, almanaques e outras miudezas. Deram-lhe a alcunha de conde Max, e as  crianças o chamavam somente pelo título — circunstância esta que o fazia rir sem agastamento.
Por que esse título?
Ninguém saberia dizê-lo. O hábito o sancionara. Talvez tivesse provindo da sua fisionomia, das suas maneiras, cuja distinção fazia contraste com a miserabilidade dos andrajos.
Muitos anos depois da morte, Max apareceu em sonho à filha do proprietário de um castelo em cuja estrebaria era outrora hospedado, porque não possuía domicílio próprio.
Nessa aparição, disse ele: “Agradeço o terdes lembrado o pobre Max nas vossas preces, porque o Senhor as ouviu. Alma caritativa, que vos interessastes pelo pobre mendigo, já que quereis saber quem sou, vou satisfazer-vos, ministrando, ao mesmo tempo e a todos, um grande ensinamento.
“Há cerca de século e meio era eu um dos ricos e poderosos senhores desta região, porém orgulhoso da minha nobreza. A fortuna imensa, além de só me servir aos prazeres, mal chegava para o jogo, para o deboche, para as orgias, que eram a minha única preocupação na vida.
“Quanto aos vassalos, porque os julgasse animais de trabalho destinados a servir-me, eram espezinhados e oprimidos, para proverem às minhas dissipações. Surdo aos seus queixumes, como em regra também o era com todos os infelizes, julgava eu que eles ainda se deveriam ter por honrados em satisfazer-me os caprichos.
"Morri cedo, exausto pelos excessos, mas sem ter, de fato, experimentado qualquer desgraça real. Ao contrário, tudo parecia sorrir-me, a ponto de passar por um dos seres mais ditosos do mundo. Tive funerais suntuosos e os boêmios lamentavam a perda do ricaço, mas a verdade é que sobre o meu túmulo nenhuma lágrima se derramou, nenhuma prece por mim se fez a Deus, de coração, enquanto minha memór ia era amaldiçoada por todos aqueles para cuja miséria contribuíra.
"Ah! E como é terrível a maldição dos que prejudicamos! Pois essa maldição não deixou de ressoar-me aos ouvidos durante longos anos que me pareceram uma eternidade. Depois, por morte de cada uma das vítimas, era um novo espectro ameaçador ou sarcástico que se erguia diante de mim, a perseguir-me sem tréguas, sem que eu pudesse encontrar um vão esconso onde me furtasse às suas vistas! Nem um olhar amigo! 
“Os antigos companheiros de devassidão, infelizes como eu, fugiram, parecendo dizer-me desdenhosos: “Tu não podes mais custear os nossos prazeres.” Oh! Então, quanto daria eu por um instante de repouso, por um copo d'água para saciar a sede ardente que me devorava! Entretanto eu nada mais possuía, e todo o ouro a jorros derramado sobre a Terra não produzia uma só bênção, uma só que fosse... ouviste, minha filha?!
“Cansado por fim, opresso, qual viajor que não lobriga o termo da jornada, exclamei: “Meu Deus, tende compaixão de mim! Quando terminará esta situação horrível?” Então uma voz — primeira que ouvi depois de haver deixado a Terra — disse: “Quando quiseres.” Que será preciso fazer, grande Deus? — repliquei. Dizei-o, que a tudo me sujeitarei. — “É preciso o arrependimento, é preciso te humilhares perante os mesmos a quem humilhastes; pedir-lhes que intercedam por ti, porque a prece do ofendido que perdoa é sempre agradável ao Senhor.” E eu me humilhei, e eu pedi aos meus vassalos e servidores que ali estavam diante de mim, e cujos semblantes, pouco a pouco mais benévolos, acabaram por desaparecer. Isso foi para mim como que uma nova vida; o desespero deu lugar à esperança, enquanto eu agradecia a Deus com todas as forças de minha alma.
“A voz acrescentou: “Príncipe...” ao que respondi: “Não há aqui outro príncipe senão Deus, o Deus Onipotente que humilha os soberbos. Perdoai-me Senhor, porque pequei; e se tal for da vossa vontade, fazei-me servo dos meus servos.”
“Alguns anos depois reencarnei numa família de burgueses pobres. Ainda criança perdi meus pais, e fiquei só, no mundo, desamparado. Ganhei a vida como pude, ora como operário, ora como trabalhador de campo, mas sempre honestamente, porque já cria em Deus. Mas aos 40 anos fiquei totalmente paralítico, sendo-me preciso daí por diante mendigar por mais de 50 anos, por essas mesmas terras de que fora o absoluto senhor. Nas herdades que me haviam pertencido, recebia uma migalha de pão, feliz quando por abrigo me davam o teto de uma estrebaria. Ainda por uma acerba ironia do destino, apelidaram-me Sr. Conde...
"Durante o sono, aprazia-me percorrer esse mesmo castelo onde reinei despoticamente, revendo-me no fausto da minha antiga fortuna! Ao despertar, sentia de tais visões uma impressão de amargura e tristeza, mas nunca uma só queixa se me escapou dos lábios; e quando a Deus aprouve chamar-me, exaltei a sua glória por me haver sustentado com firmeza e resignação numa tão penosa prova, da qual hoje recebo a recompensa. Quanto a vós, minha filha, eu vos bendigo por terdes orado por mim.”

Comentário de Kardec: Para este fato pedimos a atenção de todos quantos pretendem que, sem a perspectiva das penas eternas, os homens deixariam de ter um freio às suas paixões. Um castigo como este do pai Max será porventura menos profícuo do que essas penas sem-fim, nas quais hoje ninguém acredita?

VALE A PENA LER


PALAVRAS DO TRINO ARAKÉM
CURSO DE RECICLAGEM 1991
3ª aula – 21.03.1991 
Salve Deus !
Mestres, vamos procurar o que é nosso e o que por nós mesmos está sendo relegado a um segundo plano. Nunca chegamos perto de um mentor, não importa em que roupagem ele esteja, Preto Velho ou Caboclo, para dizer “boa noite”. Não, nós dizemos é “Salve Deus!”, que é a chave de abertura dele e é a nossa também. Vocês já imaginaram que se nós continuarmos assim, o que será daqui a uns cinqüenta anos, ou o que irá sobrar do que nós recebemos com tanto amor?
 Nós temos consciência de que este acervo imenso, esta grandeza que nos foi entregue, veio do Céu, do mundo dos espíritos evoluídos, para nos dar  condição de que possamos, cada um na sua individualidade, cumprir a sua missão. 
Estamos vendo mestres andando na rua de uniforme, ninfas em carro com indumentária, demonstrando uma falta de respeito muito grande, mestres de camisa preta com morsas, fora do perímetro do Vale, com calça marrom. Pelo menos, devemos tirar as morsas. Mestres, são nossas armas para executarmos os nossos trabalhos. Tia Neiva pedia que o mestre nem tirasse ou colocasse a capa dentro do Templo, devendo fazê-lo nos castelos. Se não aprendermos a respeitar e amar aquilo que é nosso, como iremos saber respeitar e amar aquilo que é dos outros ou as próprias pessoas que nos procuram?
Este é o princípio básico de uma família na qual os ensinamentos vêm desde pequeno: o respeito a pai e mãe, aos irmãos mais velhos, às pessoas mais velhas, etc. Uma família que preza os princípios é, na maioria das vezes, uma família feliz, porque ali o espírito que encarna, nos primeiros passos do plexo físico, já começa a aprender os primeiros passos da sua evolução. Aqui, se assim não agirmos, como é que iremos ter condições de executar as grandes tarefas que nos esperam? É normal observar, hoje, muita falta de cuidado com o que nos cerca. Parece que há um desprezo, parece que estamos dormindo. Se estamos vendo, não conseguimos sentir aquilo que nos cerca.
A nossa evolução, tudo que nos cerca é formado de pequenas coisas. O mundo espiritual é simples e objetivo, é racional e sem complicações. As mensagens das entidades são simples, porém claras e objetivas. Pela emanação da entidade e dos mestres que ali estão trabalhando, a entidade consegue atingir a mente e o coração daquele paciente, daquele espírito. 
Nossas grandes coisas estão na simplicidade e no respeito. Estamos perdendo o respeito pelo próprio mestre. O Vale está se transformando num local de mesquinharias e de fuxicos. Quando se vê uma pessoa desequilibrada, em vez de procurar ajudar aquela pessoa com conselhos, exemplos, procuram exatamente, pelo contrário, alimentar aquilo. Aquela pessoa desequilibrada que está ali, seu mentor a trouxe para evoluir. Se alguém procura alimentá-la pelo caminho que a leve a um sofrimento maior, qual será o seu preço? Há algo chamado moral religiosa. 
Se não respeitamos as pessoas, os mestres e se eles não nos respeitam, qual a moral que temos para chegar num trono, incorporar uma entidade e trabalhar na Lei do Auxílio, ou de dar um conselho para os que nos procuram? O que temos de bom dentro de nós é para dar para as pessoas. Esta moral é fundamental e faz parte do trabalho, da Conduta Doutrinária. Concordamos que haja acertos e desacertos. Eles são necessários, são cármicos e amanhã nós vamos para a origem e, para que todos possam ficar na origem, é necessário que nenhum se envergonhe de olhar para o outro. 
Tia Neiva contou, em uma de suas  aulas, que havia dois mestres nesta corrente que, pela lei do carma, no dia em que se encontrassem aqui na Terra, um teria que matar o outro, como reajuste. Os dois vieram aqui para esta Doutrina e nunca aconteceu nada. Eles estão se evoluindo, criando seus filhos. Somos sacerdotes e sacerdotisas, mas numa condição diferente e temos que suar para ganhar o pão de cada dia. Sentimos as dores do mundo da mesma forma que os pacientes que aqui vêm. Não ficamos reclusos em celas, bem alimentados! Inclusive nossa vida é um pouco mais difícil porque temos de dar provas de que estamos realmente nos preparando para o objetivo final. 
Nós não podemos continuar como estamos: médiuns desacatando médiuns nos trabalhos, médiuns esperando outros para brigarem em suas mesquinharias. Isto é muito triste para as crianças, que estão aprendendo, assistirem a isso, e, também, para os pacientes, que não estão sendo atendidos com satisfação.
Somos espíritos de  um carma muito pesado, mas para isso estamos sob o manto de nosso Pai Seta Branca, e ele nos diz sempre e pede a Jesus que cada dia possa ser menor para poder caber dentro de nosso coração. Isto significa que nossos corações estão cheios de pedra, endurecidos.
O mestre é aquele que se coloca dentro daquilo a que ele se propôs, não importando sua condição na vida material, mas dentro do que ele se propôs para conseguir o máximo. É necessário que repensemos a nossa vida, a nossa maneira de ser.
Tia Neiva dizia que esta Doutrina não está aqui para mudar a personalidade de ninguém. Cada um de nós, no sono cultural, recebeu a sua personalidade para que, com ela e dentro dela, pudesse caminhar. Recebemos a força direta de Jesus, a força decrescente de Pai Seta Branca e de nossa mãe Tia Neiva e de tantos evoluídos mentores que nos assistem. Precisamos nos esforçar para que nosso coração se torne mais manso.
Este ano é o ano do Jaguar, é aquilo que vos disse na primeira reunião. Vamos cada um, na sua individualidade, procurar realmente se colocar à disposição da espiritualidade, se assim o desejar. Muitos de nós irão se machucar seriamente porque não somos mais crianças. Perante o mundo espiritual já somos adultos, mesmo como seres humanos. 
Recebemos consagrações, recebemos iniciações, assumimos compromissos. Está chegando a hora de o mundo espiritual separar o joio do trigo. O castigo não vem do Céu, vem dos nossos próprios atos. A evolução do espírito não tem preço para o mundo espiritual. É uma individualidade que está voltando para Deus. É algo muito nobre. Nós alimentamos a mente destas pessoas por palavras, por vibrações, por gestos negativos. É um passo difícil mas precisamos tentar. Muitos de nós estão tecendo em torno de si uma teia de ectoplasma pesado, e o que um espírito destes pode esperar?
Se somos individualidade, vamos respeitar a individualidade. Somos milhares procurando a evolução, trabalhando em conjunto, com uma grande missão e temos por dever nos respeitarmos uns aos outros, porque o direito do outro é igual ou maior que o nosso. Posto, dentro da hierarquia do mestrado significa muita dívida a ser paga. 
É a maneira de amenizar sua dívida cármica. É o inverso da nossa vida lá fora. Deus nos deu esta oportunidade de nos libertarmos das nossas dívidas. Use o seu posto para tudo menos para a Lei do Auxílio. Estou muito feliz porque vocês Jaguares e Ninfas estão neste trabalho. Nós somos um grupo que, a cada dia que passa, vamos limpando os nossos carmas, vamos nos tornando sadios espiritualmente e, na maioria, fisicamente. É muito bonito e nobre, pois estamos sujeitos ás leis da Terra para que possamos nos evoluir, nos libertar da Terra. Mas precisamos ter muito cuidado, porque existem os encontros e os desencontros.
 Muitas vezes Tia Neiva falava de casais que deveriam se encontrar aqui para queimar seus restos cármicos. E muitas vezes se destruíram duas famílias para que o encontro cármico se processasse. É preciso ter tolerância e parar para analisar e raciocinar. Tia Neiva  dizia: “muito cuidado meu filho, quando fores dividir o que multiplicaste com amor”. O maior reajuste transcendental é na própria família e nós temos por obrigação analisar tudo muito bem, dentro do conhecimento da vinda de Jesus, das leis dos mundos evoluídos e dos mundos negros.
Lá fora, as famílias vão se desintegrando, os princípios dos povos vão se desintegrando. É chamada a era moderna. Mas nós, não. Nós temos, por dever, continuar a família porque é um princípio nosso doutrinário.
Analise o comportamento do Jaguar, se ele é equilibrado aqui, se é a mesma coisa lá fora. Há muita mágoa, muito ressentimento e muita inveja e, em nós, isto é o berço ideal para que repousem as correntes negativas. É exatamente do que elas precisam. Aqui no Templo são formados cristais finíssimos, e do que vale tudo que nos é dado, se não soubermos preservar? O mestre aprende a fazer certo os trabalhos, mas daqui a pouco começa a fazer diferente. Chega-se a ele para explicar o correto e ele se revolta. 
Mestres, aqui não há mais lugares para bagunceiros e anarquistas. Nós estamos sendo muito passivos e, se continuar assim, vamos nos perder na certa. Repetimos sempre: “onde não há respeito não há disciplina” e onde não há disciplina não há evolução. O mundo da razão, no mundo que estamos nos preparando para um dia lá chegar, é o mundo da disciplina. Cada um de nós precisa conhecer sua limitação. Aqui há espaço para todos, é a casa do Pai, é a nossa casa, mas cada um de nós, pela própria lei do carma, tem suas limitações. 
Quando se sai de sua orbe, executa trabalhos mal feitos e prejudica as pessoas, porque em todos os nossos trabalhos, vêm encarnados e desencarnados em busca da cura. Se o mestre não souber ler, por exemplo, não deve ser comandante de Sandays, porque como vai ler a lei? O trabalho mal feito é falta de respeito e falta de amor perante os mestres que participam do trabalho, perante a espiritualidade e principalmente perante os pacientes. E o mestre, o que ganha com este trabalho? Somente o faz para provar do que é capaz de fazer, mas não dá conta. Na sua individualidade, o mestre deve se colocar dentro de suas limitações. Se não dá conta de comandar um Randy, ele comanda uma Mesa Evangélica. Todos os trabalhos são grandiosos e em qualquer deles estamos servindo a Jesus, na Lei do Auxílio. 
Na reunião de escala, aparecem poucos Jaguares e depois vêm pedir uma oportunidade. Oportunidade, mestres, não se dá – se conquista, pelo trabalho, trabalho honesto, firme e seguro. Dentro do princípio em que estamos caminhando, estamos nos prejudicando e, tendo em mente que saímos daqui com força esparsa, a levamos para casa, para o trabalho, levando desarmonia para o lar, problemas para os filhos, desarmonia no trabalho! E a culpa é nossa, porque já temos consciência do que fazemos. Nosso trabalho é muito difícil, porque sempre estamos indo em busca daqueles que se dizem nossos inimigos. Precisamos estar preparados e totalmente seguros da emanação. O mestre inseguro e despreparado não tem emanação. O mestre emanado, trabalhando, supera muitas dificuldades porque está harmonizado, está com forças e está bem assistido.
Mestres, é necessário mudarmos o relacionamento, primeiro entre nós. Não podemos nos divertir com a dor alheia. Muitos de nós, se não despertarmos, vamos sofrer muito. Muitos Jaguares vêm ao Templo e não aproveitam a oportunidade de trabalho. Ele tem tanta coisa para fazer no Templo que não se preocupa com o trabalho. Fica passeando, conversando, soltando piadinhas, em resumo, em sua mente sempre tem outra intenção e isto poderá lhe custar muito caro. 
Numa reunião como esta, com intensa manipulação de energias, fora do Templo ficam acumuladas correntes negativas incríveis. Imaginem aqueles mestres que não entram e ficam lá fora, à mercê destas correntes negativas. Estes princípios doutrinários são dados desde o Desenvolvimento e nós os esquecemos totalmente. Estamos sujeitos a erros e acertos, mas tudo tem limites. Em vez do mestre sair daqui com sua aura limpa, o plexo arrumado, ele sai daqui com força esparsa.
Nós estamos sendo preparados para atravessar faixas muito difíceis. O que a humanidade vai atravessar nós também vamos, talvez não na totalidade, mas vamos sentir os efeitos. Nossas células físicas também estão sendo preparadas. Nosso planeta está cheio de irradiação atômica, cheio de pestes e enfermidades, epidemias de tudo que é espécie, mas nenhum mestre pegou doenças por aqui.
Numa de suas mensagens, Pai Seta Branca nos alerta da deformação do homem pela irradiação atômica. Gradativamente, a cada faixa que conseguimos superar, nossas células estão sendo preparadas para que nós possamos realmente, na hora da maior dor, cumprirmos com o nosso sacerdócio. Mas isto não depende só do mundo espiritual, depende muito de nós. Todos os mentores estão tristes por verem seus tutelados saindo do bom caminho. 
Muitos mestres desta corrente ficarão para trás se não se conscientizarem desta realidade. Nossa missão exige uma caminhada dentro da nossa estrada. Vamos olhar para dentro de nós mesmos, conscientes que somos uma pequena esfera dentro deste universo, somos uma centelha divina e teremos oportunidade de atravessar muitas galáxias. Somos uma centelha inteligente e nos deram a grande oportunidade. Na Terra não existe tranqüilidade e felicidade. Existem, sim, momentos felizes, se nós fizermos por merecê-los.
 Não existe nada melhor do que atravessar uma fase difícil e continuar de pé, junto a nossos entes queridos. É muito bom para nossa individualidade porque, sempre após uma faixa difícil, saímos fortalecidos para enfrentar outra.
A vida é uma luta constante, não existe paz. Às vezes não conseguimos coisa alguma, mas prosseguimos lutando, porque nossa tribo é uma tribo que luta. Se nosso irmão tem algo melhor, é dele porque o conseguiu com seus merecimentos. O que é nosso, é nosso.
Precisamos voltar às nossas origens, sermos mais amigos e mais humanos, primeiro conosco mesmo. Neste plano, somos todos iguais, todos mortais, mas, fora do corpo, cada um será aquilo que conseguiu fazer aqui, ou para cima ou para baixo, ou para a luz ou para a escuridão. Não tem jeito, é cada um para si, ninguém vai conseguir fazer nada para o outro. Nós, missionários, temos o compromisso de ajudar às pessoas e é difícil, porque temos muito mais o que dar do que a receber.
Somos uma tribo poderosa e valente, espíritos honestos e guerreiros. Vamos deixar estas mesquinharias para o lado. Vamos apertar as mãos e ser felizes um pouco. Vamos arregaçar a manga e trabalhar com amor, que a vida melhora em todos os sentidos.
 Estamos exatamente trabalhando para facilitar o trabalho daqueles que nos querem destruir. A Lei Crística e a Lei Negra são duas forças que caminham paralelas, uma perto da outra. Nossa missão é estarmos preparando a chegada do terceiro milênio. 
Somos um grupo único na Terra, que tem por missão elevar estes espíritos a Deus. A cada dia que passa, nossas forças se tornam mais sutis porque não é fácil passar a mão nestes espíritos do Vale das Sombras. A esperança de Jesus e de Pai Seta Branca foi nos chamar. 
Meus irmãos, vamos ficar por aqui neste dia.
Salve Deus!
PALAVRAS DO TRINO ARAKÉM
CURSO DE RECICLAGEM 1991
3ª aula – 21.03.1991

Salve Deus !
Mestres, vamos procurar o que é nosso e o que por nós mesmos está sendo relegado a um segundo plano. Nunca chegamos perto de um mentor, não importa em que roupagem ele esteja, Preto Velho ou Caboclo, para dizer “boa noite”. Não, nós dizemos é “Salve Deus!”, que é a chave de abertura dele e é a nossa também. Vocês já imaginaram que se nós continuarmos assim, o que será daqui a uns cinqüenta anos, ou o que irá sobrar do que nós recebemos com tanto amor?
Nós temos consciência de que este acervo imenso, esta grandeza que nos foi entregue, veio do Céu, do mundo dos espíritos evoluídos, para nos dar condição de que possamos, cada um na sua individualidade, cumprir a sua missão.
Estamos vendo mestres andando na rua de uniforme, ninfas em carro com indumentária, demonstrando uma falta de respeito muito grande, mestres de camisa preta com morsas, fora do perímetro do Vale, com calça marrom. Pelo menos, devemos tirar as morsas. Mestres, são nossas armas para executarmos os nossos trabalhos. Tia Neiva pedia que o mestre nem tirasse ou colocasse a capa dentro do Templo, devendo fazê-lo nos castelos. Se não aprendermos a respeitar e amar aquilo que é nosso, como iremos saber respeitar e amar aquilo que é dos outros ou as próprias pessoas que nos procuram?
Este é o princípio básico de uma família na qual os ensinamentos vêm desde pequeno: o respeito a pai e mãe, aos irmãos mais velhos, às pessoas mais velhas, etc. Uma família que preza os princípios é, na maioria das vezes, uma família feliz, porque ali o espírito que encarna, nos primeiros passos do plexo físico, já começa a aprender os primeiros passos da sua evolução. Aqui, se assim não agirmos, como é que iremos ter condições de executar as grandes tarefas que nos esperam? É normal observar, hoje, muita falta de cuidado com o que nos cerca. Parece que há um desprezo, parece que estamos dormindo. Se estamos vendo, não conseguimos sentir aquilo que nos cerca.
A nossa evolução, tudo que nos cerca é formado de pequenas coisas. O mundo espiritual é simples e objetivo, é racional e sem complicações. As mensagens das entidades são simples, porém claras e objetivas. Pela emanação da entidade e dos mestres que ali estão trabalhando, a entidade consegue atingir a mente e o coração daquele paciente, daquele espírito.
Nossas grandes coisas estão na simplicidade e no respeito. Estamos perdendo o respeito pelo próprio mestre. O Vale está se transformando num local de mesquinharias e de fuxicos. Quando se vê uma pessoa desequilibrada, em vez de procurar ajudar aquela pessoa com conselhos, exemplos, procuram exatamente, pelo contrário, alimentar aquilo. Aquela pessoa desequilibrada que está ali, seu mentor a trouxe para evoluir. Se alguém procura alimentá-la pelo caminho que a leve a um sofrimento maior, qual será o seu preço? Há algo chamado moral religiosa.
Se não respeitamos as pessoas, os mestres e se eles não nos respeitam, qual a moral que temos para chegar num trono, incorporar uma entidade e trabalhar na Lei do Auxílio, ou de dar um conselho para os que nos procuram? O que temos de bom dentro de nós é para dar para as pessoas. Esta moral é fundamental e faz parte do trabalho, da Conduta Doutrinária. Concordamos que haja acertos e desacertos. Eles são necessários, são cármicos e amanhã nós vamos para a origem e, para que todos possam ficar na origem, é necessário que nenhum se envergonhe de olhar para o outro.
Tia Neiva contou, em uma de suas aulas, que havia dois mestres nesta corrente que, pela lei do carma, no dia em que se encontrassem aqui na Terra, um teria que matar o outro, como reajuste. Os dois vieram aqui para esta Doutrina e nunca aconteceu nada. Eles estão se evoluindo, criando seus filhos. Somos sacerdotes e sacerdotisas, mas numa condição diferente e temos que suar para ganhar o pão de cada dia. Sentimos as dores do mundo da mesma forma que os pacientes que aqui vêm. Não ficamos reclusos em celas, bem alimentados! Inclusive nossa vida é um pouco mais difícil porque temos de dar provas de que estamos realmente nos preparando para o objetivo final.
Nós não podemos continuar como estamos: médiuns desacatando médiuns nos trabalhos, médiuns esperando outros para brigarem em suas mesquinharias. Isto é muito triste para as crianças, que estão aprendendo, assistirem a isso, e, também, para os pacientes, que não estão sendo atendidos com satisfação.
Somos espíritos de um carma muito pesado, mas para isso estamos sob o manto de nosso Pai Seta Branca, e ele nos diz sempre e pede a Jesus que cada dia possa ser menor para poder caber dentro de nosso coração. Isto significa que nossos corações estão cheios de pedra, endurecidos.
O mestre é aquele que se coloca dentro daquilo a que ele se propôs, não importando sua condição na vida material, mas dentro do que ele se propôs para conseguir o máximo. É necessário que repensemos a nossa vida, a nossa maneira de ser.
Tia Neiva dizia que esta Doutrina não está aqui para mudar a personalidade de ninguém. Cada um de nós, no sono cultural, recebeu a sua personalidade para que, com ela e dentro dela, pudesse caminhar. Recebemos a força direta de Jesus, a força decrescente de Pai Seta Branca e de nossa mãe Tia Neiva e de tantos evoluídos mentores que nos assistem. Precisamos nos esforçar para que nosso coração se torne mais manso.
Este ano é o ano do Jaguar, é aquilo que vos disse na primeira reunião. Vamos cada um, na sua individualidade, procurar realmente se colocar à disposição da espiritualidade, se assim o desejar. Muitos de nós irão se machucar seriamente porque não somos mais crianças. Perante o mundo espiritual já somos adultos, mesmo como seres humanos.
Recebemos consagrações, recebemos iniciações, assumimos compromissos. Está chegando a hora de o mundo espiritual separar o joio do trigo. O castigo não vem do Céu, vem dos nossos próprios atos. A evolução do espírito não tem preço para o mundo espiritual. É uma individualidade que está voltando para Deus. É algo muito nobre. Nós alimentamos a mente destas pessoas por palavras, por vibrações, por gestos negativos. É um passo difícil mas precisamos tentar. Muitos de nós estão tecendo em torno de si uma teia de ectoplasma pesado, e o que um espírito destes pode esperar?
Se somos individualidade, vamos respeitar a individualidade. Somos milhares procurando a evolução, trabalhando em conjunto, com uma grande missão e temos por dever nos respeitarmos uns aos outros, porque o direito do outro é igual ou maior que o nosso. Posto, dentro da hierarquia do mestrado significa muita dívida a ser paga.
É a maneira de amenizar sua dívida cármica. É o inverso da nossa vida lá fora. Deus nos deu esta oportunidade de nos libertarmos das nossas dívidas. Use o seu posto para tudo menos para a Lei do Auxílio. Estou muito feliz porque vocês Jaguares e Ninfas estão neste trabalho. Nós somos um grupo que, a cada dia que passa, vamos limpando os nossos carmas, vamos nos tornando sadios espiritualmente e, na maioria, fisicamente. É muito bonito e nobre, pois estamos sujeitos ás leis da Terra para que possamos nos evoluir, nos libertar da Terra. Mas precisamos ter muito cuidado, porque existem os encontros e os desencontros.
Muitas vezes Tia Neiva falava de casais que deveriam se encontrar aqui para queimar seus restos cármicos. E muitas vezes se destruíram duas famílias para que o encontro cármico se processasse. É preciso ter tolerância e parar para analisar e raciocinar. Tia Neiva dizia: “muito cuidado meu filho, quando fores dividir o que multiplicaste com amor”. O maior reajuste transcendental é na própria família e nós temos por obrigação analisar tudo muito bem, dentro do conhecimento da vinda de Jesus, das leis dos mundos evoluídos e dos mundos negros.
Lá fora, as famílias vão se desintegrando, os princípios dos povos vão se desintegrando. É chamada a era moderna. Mas nós, não. Nós temos, por dever, continuar a família porque é um princípio nosso doutrinário.
Analise o comportamento do Jaguar, se ele é equilibrado aqui, se é a mesma coisa lá fora. Há muita mágoa, muito ressentimento e muita inveja e, em nós, isto é o berço ideal para que repousem as correntes negativas. É exatamente do que elas precisam. Aqui no Templo são formados cristais finíssimos, e do que vale tudo que nos é dado, se não soubermos preservar? O mestre aprende a fazer certo os trabalhos, mas daqui a pouco começa a fazer diferente. Chega-se a ele para explicar o correto e ele se revolta.
Mestres, aqui não há mais lugares para bagunceiros e anarquistas. Nós estamos sendo muito passivos e, se continuar assim, vamos nos perder na certa. Repetimos sempre: “onde não há respeito não há disciplina” e onde não há disciplina não há evolução. O mundo da razão, no mundo que estamos nos preparando para um dia lá chegar, é o mundo da disciplina. Cada um de nós precisa conhecer sua limitação. Aqui há espaço para todos, é a casa do Pai, é a nossa casa, mas cada um de nós, pela própria lei do carma, tem suas limitações.
Quando se sai de sua orbe, executa trabalhos mal feitos e prejudica as pessoas, porque em todos os nossos trabalhos, vêm encarnados e desencarnados em busca da cura. Se o mestre não souber ler, por exemplo, não deve ser comandante de Sandays, porque como vai ler a lei? O trabalho mal feito é falta de respeito e falta de amor perante os mestres que participam do trabalho, perante a espiritualidade e principalmente perante os pacientes. E o mestre, o que ganha com este trabalho? Somente o faz para provar do que é capaz de fazer, mas não dá conta. Na sua individualidade, o mestre deve se colocar dentro de suas limitações. Se não dá conta de comandar um Randy, ele comanda uma Mesa Evangélica. Todos os trabalhos são grandiosos e em qualquer deles estamos servindo a Jesus, na Lei do Auxílio.
Na reunião de escala, aparecem poucos Jaguares e depois vêm pedir uma oportunidade. Oportunidade, mestres, não se dá – se conquista, pelo trabalho, trabalho honesto, firme e seguro. Dentro do princípio em que estamos caminhando, estamos nos prejudicando e, tendo em mente que saímos daqui com força esparsa, a levamos para casa, para o trabalho, levando desarmonia para o lar, problemas para os filhos, desarmonia no trabalho! E a culpa é nossa, porque já temos consciência do que fazemos. Nosso trabalho é muito difícil, porque sempre estamos indo em busca daqueles que se dizem nossos inimigos. Precisamos estar preparados e totalmente seguros da emanação. O mestre inseguro e despreparado não tem emanação. O mestre emanado, trabalhando, supera muitas dificuldades porque está harmonizado, está com forças e está bem assistido.
Mestres, é necessário mudarmos o relacionamento, primeiro entre nós. Não podemos nos divertir com a dor alheia. Muitos de nós, se não despertarmos, vamos sofrer muito. Muitos Jaguares vêm ao Templo e não aproveitam a oportunidade de trabalho. Ele tem tanta coisa para fazer no Templo que não se preocupa com o trabalho. Fica passeando, conversando, soltando piadinhas, em resumo, em sua mente sempre tem outra intenção e isto poderá lhe custar muito caro.
Numa reunião como esta, com intensa manipulação de energias, fora do Templo ficam acumuladas correntes negativas incríveis. Imaginem aqueles mestres que não entram e ficam lá fora, à mercê destas correntes negativas. Estes princípios doutrinários são dados desde o Desenvolvimento e nós os esquecemos totalmente. Estamos sujeitos a erros e acertos, mas tudo tem limites. Em vez do mestre sair daqui com sua aura limpa, o plexo arrumado, ele sai daqui com força esparsa.
Nós estamos sendo preparados para atravessar faixas muito difíceis. O que a humanidade vai atravessar nós também vamos, talvez não na totalidade, mas vamos sentir os efeitos. Nossas células físicas também estão sendo preparadas. Nosso planeta está cheio de irradiação atômica, cheio de pestes e enfermidades, epidemias de tudo que é espécie, mas nenhum mestre pegou doenças por aqui.
Numa de suas mensagens, Pai Seta Branca nos alerta da deformação do homem pela irradiação atômica. Gradativamente, a cada faixa que conseguimos superar, nossas células estão sendo preparadas para que nós possamos realmente, na hora da maior dor, cumprirmos com o nosso sacerdócio. Mas isto não depende só do mundo espiritual, depende muito de nós. Todos os mentores estão tristes por verem seus tutelados saindo do bom caminho.
Muitos mestres desta corrente ficarão para trás se não se conscientizarem desta realidade. Nossa missão exige uma caminhada dentro da nossa estrada. Vamos olhar para dentro de nós mesmos, conscientes que somos uma pequena esfera dentro deste universo, somos uma centelha divina e teremos oportunidade de atravessar muitas galáxias. Somos uma centelha inteligente e nos deram a grande oportunidade. Na Terra não existe tranqüilidade e felicidade. Existem, sim, momentos felizes, se nós fizermos por merecê-los.
Não existe nada melhor do que atravessar uma fase difícil e continuar de pé, junto a nossos entes queridos. É muito bom para nossa individualidade porque, sempre após uma faixa difícil, saímos fortalecidos para enfrentar outra.
A vida é uma luta constante, não existe paz. Às vezes não conseguimos coisa alguma, mas prosseguimos lutando, porque nossa tribo é uma tribo que luta. Se nosso irmão tem algo melhor, é dele porque o conseguiu com seus merecimentos. O que é nosso, é nosso.
Precisamos voltar às nossas origens, sermos mais amigos e mais humanos, primeiro conosco mesmo. Neste plano, somos todos iguais, todos mortais, mas, fora do corpo, cada um será aquilo que conseguiu fazer aqui, ou para cima ou para baixo, ou para a luz ou para a escuridão. Não tem jeito, é cada um para si, ninguém vai conseguir fazer nada para o outro. Nós, missionários, temos o compromisso de ajudar às pessoas e é difícil, porque temos muito mais o que dar do que a receber.
Somos uma tribo poderosa e valente, espíritos honestos e guerreiros. Vamos deixar estas mesquinharias para o lado. Vamos apertar as mãos e ser felizes um pouco. Vamos arregaçar a manga e trabalhar com amor, que a vida melhora em todos os sentidos.
Estamos exatamente trabalhando para facilitar o trabalho daqueles que nos querem destruir. A Lei Crística e a Lei Negra são duas forças que caminham paralelas, uma perto da outra. Nossa missão é estarmos preparando a chegada do terceiro milênio.
Somos um grupo único na Terra, que tem por missão elevar estes espíritos a Deus. A cada dia que passa, nossas forças se tornam mais sutis porque não é fácil passar a mão nestes espíritos do Vale das Sombras. A esperança de Jesus e de Pai Seta Branca foi nos chamar.
Meus irmãos, vamos ficar por aqui neste dia.
Salve Deus!