quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

UMBRAL

Umbral
Em 1943, André Luiz, o médico que se tornou conhecido psicografando livros pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier, trouxe a público o significado dado à palavra na colônia espiritual “Nosso Lar”, onde passou a viver alguns anos depois de seu desencarne.
Em seu livro também chamado “Nosso Lar”, ele conta como ouviu falar do Umbral pela primeira vez, quando o enfermeiro Lísias lhe dava as primeiras informações sobre a colônia e descreveu-o como região onde existe grande perturbação e sofrimento e para a qual a colônia dedicava atenção especial.
Desde então, a palavra Umbral, escrita com inicial maiúscula, como o fez André Luiz no livro “Nosso Lar”, tomou significado especial, principalmente entre os espíritas, designando a região espiritual imediata ao plano dos encarnados, para onde iriam e onde estariam todos os espíritos endividados, perturbados e desequilibrados depois da vida.
Com esta conotação a palavra difundiu-se muito e transformou-se num quase sinônimo do Inferno e do Purgatório dos católicos, com localização geográfica, tamanho, etc., conceito este que o próprio Allan Kardec, codificador do Espiritismo, já havia desmistificado em suas obras, mais de 80 anos antes, especialmente em “O Livro dos Espíritos”
Como vemos pelas respostas dos espíritos a Kardec, o inferno e o paraíso não passam de estados de espírito, condição moral de sofrimento ou felicidade a que estão sujeitos os espíritos por suas próprias atitudes, pensamentos e sentimentos durante a vida encarnada e depois dela. E é bom lembrar que espíritos somos todos, encarnados e desencarnados, vivendo cada um o seu inferno e o seu paraíso particulares. O que nos diferencia dos espíritos desencarnados é apenas o fato de estarmos temporariamente presos a um corpo denso de carne. De resto, somos absolutamente iguais a eles, com desejos, opiniões, frustrações, alegrias, defeitos e qualidades.
Na verdade, a figura geográfica e espacial do inferno dos católicos serviu de molde aos espíritas para que melhor visualizassem o que seria o Umbral, assim como o inferno da Igreja Católica foi tomado emprestado e adaptado do inferno dos povos pagãos para compor os mitos de inferno e paraíso.
Se não existe inferno ou purgatório porque haveria de existir o Umbral com localização, medidas, coordenadas, etc.?
Tudo o que existe no plano espiritual é criado pela mente dos espíritos encarnados e desencarnados. Sempre que pensamos nossa mente dispara um processo pelo qual somos capazes de moldar as energias mais sutis do universo, criando formas que correspondem exatamente àquilo que somos intimamente.
Extremamente apegados ao mundo material, nada mais natural que, mesmo estando fora dele, queiramos tê-lo novamente quando desencarnados. É aí que nossa mente entra em ação, criando tudo o que desejamos ardentemente. E várias mentes desejando a mesma coisa juntas têm muito mais força para criar.
A grande diferença é que, no mundo físico, podemos embelezar artificialmente o nosso ambiente e a nossa aparência, enquanto que no plano astral isso não é possível, pois lá todos os nossos defeitos, mazelas, falhas, paixões, manias e vícios ficam expostos em nossa aura, exibindo claramente quem somos como consciências e não como personalidades encarnadas.
No Umbral, tudo o que está fora de nós é conseqüência do que está dentro. Tudo o que existe em nosso mundo pessoal e nos acontece é reflexo do que trazemos na consciência. Assim, o Umbral nada mais é que uma faixa de freqüência vibratória a que se ligam os espíritos desequilibrados, cujos interesses, desejos, pensamentos e sentimentos se afinizam. 
 É uma “região” energética onde os afins se encontram e vivem, onde podem dar vazão aos seus instintos, onde convivem com o que lhes é característico, para que um dia, cansados de tanto insistirem contra o fluxo de amor e luz do universo, entreguem-se aos espíritos em missão de resgate, que estão sempre por lá em trabalhos de assistência.
Alguns autores descrevem o Umbral como uma seqüência de anéis que envolvem e interpenetram o planeta Terra, indo desde o seu núcleo de magma até várias camadas para fora de seus limites físicos.
O que acontece é que os espíritos se reúnem obedecendo, apenas e unicamente, à sintonia entre si e acabam formando anéis energéticos em torno do planeta, ou melhor, em torno da humanidade terrena, pois ela é parte da humanidade espiritual que o habita e é também o foco de atenção de todos os desencarnados ligados a ele.
As camadas descritas em alguns livros são mais um recurso didático para facilitar o entendimento e o estudo do mundo espiritual, pois não há limites precisos entre elas, assim como não há divisas exatas entre um bairro e outro de uma mesma cidade, ainda que eles sejam de classes sociais bem diferentes.
Ese mesmo mecanismo de sintonia é o que cria regiões “especializadas” no Umbral, como o Vale dos Suicidas, descrito por Camilo Castelo Branco, pela psicografia de Yvonne A. Pereira, em seu livro "Memórias de um Suicida". 
 Espíritos com experiências de suicídio, vivendo os mesmos dramas, sofrimentos, dificuldades, agrupam-se por pura afinidade e formam regiões vibratórias específicas. Assim também acontece com faixas energéticas ligadas às drogas, ao aborto, aos distúrbios psíquicos, às guerras, aos desequilíbrios sexuais, etc.
Apesar de toda perturbação e desequilíbrio dos espíritos que vivem no Umbral, não devemos nos iludir. Existe muita disciplina, organização e hierarquia nos ambientes umbralinos. 
É o que nos mostra, por exemplo, o espírito Ângelo Inácio, pela psicografia de Robson Pinheiro, em seu livro "Tambores de Angola", e o espírito Nora, pela psicografia de Emanuel Cristiano, em seu livro "Aconteceu na Casa Espírita". Vemos ali o quanto esses espíritos podem ser inteligentes, organizados, determinados e disciplinados em suas práticas negativas, criando instituições, métodos, exércitos e até cidades inteiras para servir aos seus propósitos.
É preciso que compreendamos que todos nós já estamos vivendo numa dessas “camadas” de Umbral que envolvem a Terra e que todos nós criamos o nosso próprio Umbral particular sempre que contrariamos as leis divinas universais, as quais podem ser resumidas numa única expressão: amor incondicional.
Mas o Umbral não é um mundo só de desencarnados. Muitos projetores conscientes (encarnados que fazem projeções astrais conscientes) narram passagens por regiões escuras e densas, semelhantes às descrições de André Luiz em "Nosso Lar".
Todos os encarnados desprendem-se do corpofísico durante o sono e circulam pelo mundo espiritual. Esse é um fenômeno absolutamente natural e inerente a todo espírito encarnado. Uma grande parte continua a dormir em espírito, logo acima de onde está descansando o corpo físico. Outros limitam-se a passear inconscientes pelo próprio quarto ou casa, repetindo, mecanicamente, o que fazem todos os dias durante a vigília. E há os que saem de casa e vão além.
Dentre estes, uma pequena parte procura manter uma conduta ética elevada, 24h por dia, tentando sempre melhorar-se como pessoa, buscando sempre ajudar e crescer e, muitas vezes, é levada ao Umbral em missão de resgate ou assistência, trabalhando com espíritos mais preparados, doando suas energias pelo bem de outros espíritos.
Mas há um grande número dos que conseguem sair de seu próprio lar durante o sono e vão para o Umbral por afinidade, em busca daquilo que tinham em mente no momento em que adormeceram ou obedecendo a instintos e desejos inferiores que, embora muitas vezes não estejam explícitos na vigília, estão bem vivos em sua mente e surgem com toda força quando projetados. 
Essas pessoas, muitas vezes, acabam sendo vítimas de espíritos profundamente perturbados ligados ao Umbral que as vampirizam e manipulam, em alguns casos chegando até a interferir em sua vida física, criando problemas familiares, doenças, perturbações psicológicas, dificuldades profissionais e financeiras, etc.
Vemos, assim, que o Umbral, de que falam André Luiz e tantos outros autores encarnados e desencarnados, está mais próximo de nós, encarnados, do que muitos de nós imaginam.

 
E, o que é mais importante, somos nós mesmos que ajudamos a manter esse mundo denso com nossos pensamentos e sentimentos menos elevados. Somos nós que damos aos espíritos perturbados, que se encontram ligados a essa faixa vibratória, grande parte da matéria-prima de que se valem para sutentar seu mundo de trevas e sofrimento.
O Umbral está em todo lugar e em lugar nenhum, pois está dentro de quem o cria para si mesmo e acompanha o seu criador para onde quer que ele vá.
Toda vez que nos deixamos levar por impulsos de raiva, agressividade, ganância, inveja, ciúmes, egoísmo, orgulho, arrogância, preguiça, estamos acessando uma faixa mais densa desse Umbral. Toda vez que julgamos, criticamos ou condenamos os outros, estamos nos revestindo energeticamente de emanações típicas do Umbral. 
Toda vez que desejamos o mal de alguém, que nos deprimimos, que nos revoltamos ou entristecemos, criamos um portal automático de comunicação com o Umbral. Toda vez que nos entregamos aos vícios, à exploração dos outros, aos desejos de vingança, aos preconceitos, criamos ligações com mentes que vibram na mesma faixa doentia e estão sintonizadas com o Umbral.
O Umbral só existe porque nós mesmos o criamos, e só continuará existindo enquanto nós mesmos insistirmos em mantê-lo com nossos desequilíbrios.
O Umbral é nosso também, faz parte do nosso mundo e não podemos renegá-lo ou simplesmente ignorá-lo. Assim como não podemos também fingir que não temos nada a ver com ele. Lá estão também algumas de nossas próprias criações mentais, de nossos sentimentos inferiores, de nossos pensamentos mais densos. E lá vivem espíritos divinos como nós, temporariamente desviados do caminho de luz em que foram colocados por Deus.
Por isso é importante que não vejamos o Umbral como um lugar a ser evitado ou uma idéia a não ser comentada, mas como desequilíbrio espiritual temporário de espíritos como nós que, muitas vezes, só precisam de um pouco de atenção e orientação para se recuperarem e voltarem ao curso sadio de suas vidas.
É comum encontrarmos médiuns e doutrinadores que têm medo ou aversão ao trabalho com espíritos do Umbral, evitando atendê-los, ignorando-os friamente ou tratando-os como criminosos sem salvação que não merecem qualquer compaixão ou respeito.
  Estas pessoas esquecem-se de um dos preceitos básicos da espiritualidade: a caridade.
Os habitantes do Umbral não são nossos inimigos, mas espíritos que precisam de compreensão e ajuda.
  Não são irrecuperáveis, mas perderam o rumo do crescimento espiritual. Não estão abandonados por Deus, mas não sabem disso e desistem de procurar orientação. Não são diferentes de nós, mas tão semelhantes que vivem lado a lado conosco, todos os dias, observando nossos atos, analisando nossos pensamentos, vigiando nossos sentimentos, prestando atenção às nossas atitudes.
E, se não queremos ir ao Umbral por afinidade, que nos ocupemos em nos tornar seres humanos melhores, mais dignos, mais éticos, 24h por dia. 
 Desse modo, nossa passagem pelo Umbral será sempre na condição de quem leva ajuda sem medo, sem preconceito e sem sofrimento, e não de quem precisa de ajuda para superar seus próprios medos, preconceitos e dores.
(Maísa Intelisano)
Artigo originalmente escrito para a revista Espiritismo e Ciência, da Editora Mythos
e publicado na edição 16 - Ano 2

MENSAGEM DE PAI SETA BRANCA -2012/2013


Mensagem de 2012/2013
 
Salve Deus!
Filhos queridos do meu coração!
Jaguares de todos os tempos!
Jaguares filhos de Seta Branca!
Que Jesus esteja em vossos corações!
Filhos queridos, as dificuldades com a natureza têm trazido a vós outros o desespero em vossos corações, mas lembrai-vos que este vosso Pai Seta Branca junto à Koatay 108 vos preparastes para este momento. 
Não escutais o homem que não tem Jesus em vosso coração e somente lembrai destes vossos mentores que estão prontos a todos os instantes para cuidar de vós outros.
Comandantes, filhas, todos estão preparados, e este vosso Pai pede a vós outros que este é o momento de muita luz neste campo magnético e mais um portal foi aberto para as curas daqueles que chegam necessitados. Muito em breve vocês saberão onde é este portal onde serão feitas as curas daqueles que irão chegar cheios de clamores.
Este ano é um ano de muita realização. Passarão por portas estreitas, onde vós outros sempre colhem aquilo que plantam, mas lembrando sempre que esta doutrina, meus filhos, é tudo que meus filhos precisam para caminhar, é um universo de forças, sabendo trabalhar, sairão muitos da fragilidade de vossas vidas, e terão a recompensa deste vosso Pai que não esquece vos outros.
Unam-se as forças e terão muito a fazer. Jesus abençoe a todos, aos vossos familiares e aumentem as vossas forças. Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja em vossos corações, Filhos queridos do meu coração. Filhos de luz de Seta Branca, o Grande simiromba de Deus.
Salve Deus!

Jesus Histórico


De há muito a vida de Jesus, sua morte e o que ele representa para a humanidade continua a ter um fascínio, uma auréola de mistérios que muitos estudiosos de diferentes tendências buscam esclarecer e trazer novas luzes na tentativa de responder a muitas dúvidas e perguntas, cujas respostas sempre resultam na imagem de uma criatura extraordinária, apesar dos diferentes enfoques laicos ou religiosos. Seria cansativo e antiliterário relacionarmos citações e tratados de renomados pesquisadores e escritores nos assuntos referentes à vida de Jesus.O nosso intercâmbio mediúnico com espíritos desencarnados, detentores de cultura avançada,naturalmente nos conduziu a pontos comuns e também a uma avaliação sobretudo laica da excepcional figura de Jesus.
O Mestre Nazareno era Um Judeu da estirpe do rei Davi e descendia, portanto, da nobreza, conforme nos afirma o evangelista Mateus, 21:9 e 15, "Hosana ao Filho de Davi". Também o evangelista Marcos, 10:48, faz referência ao filho de Davi.
Jesus nasceu em Nazaré, uma aldeia da região montanhosa da Galiléia, na época sob o domínio de Herodes Ântipas, tetrarca da Galiléia e Peréia(4AC a 29DC)
A data do nascimento de Jesus ainda não tem uma unanimidade por parte dos pesquisadores acredita-se que tenha ocorrido entre os anos 6 a 9 da nossa era. Também a data de sua morte não tem ainda uma definição consensual, pode ter ocorrido entre os anos de 26 a 36 DC.
Jesus o Mestre Nazarenos, a maior inteligência de nosso planeta, viveu no meio do povo, como povo a quem muito amou. Trabalhou e sofreu por esse povo, pelos humildes, pobres e injustiçados.No relacionamento pessoal, não via a posição social das pessoas, mas apenas a criatura humana como era na realidade, pois possuía as virtudes integras constitutivas do seu próprio ser, que não se modulava às conveniências.
Após anos de viagens e estudos, voltou à Palestina culto e sábio para libertar o povo judeu mosáico, das leis desumanas, da opressão e da miséria. O Mestre Nazareno buscava esclarecer o povo oprimido para que, pelo conhecimento, se libertasse daqueles sacerdotes corrompidos pelas riquezas, ambições, poder e que se julgavam donos da vida e da morte.
A nossa referência à ascendência nobre de Jesus é apenas no sentido de maior admiração, porque o Mestre jamais fez qualquer alusão a este fato, jamais se prevaleceu desta condição. Como nobre tinha direitos adquiridos na sociedade israelense, por isso, quando da sua crucificação seu corpo não permaneceu na cruz. Este era um direito que até os romanos respeitavam, tanto assim que, quando José de Arimatéia pediu o corpo de Jesus para sepultar, foi atendido prontamente.
JESUS E O TRABALHO
Jesus e seu Pai José eram carpinteiros, fabricavam portas, arados, jugos para juntas de bois, etc. O Mestre Nazareno era apologista do trabalho e referindo ao CRIADOR, diz " Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (João, 5:17)  O fato de Jesus exercer a profissão do pai, um carpinteiro era absolutamente normal na época. Segundo o professor de hebráico na Universidade de Estudos de Pisa,Itália, Ângelo Vivian: "Para um hebreu religioso, o estudo do Tora era a mais nobre das ocupações, desde que acompanhado pelo exercício de uma profissão. A vasta maioria dos grandes doutores hebreus ganhava a vida com trabalho, como exemplo, o rabino Áquila vivia de recolher e vender diariamente um feixe de lenha, o rabino lehoshua exercia a profissão de carvoeiro, o rabino Meir era escriba. O rabino Iosa filho de Hlafta trabalhava o couro, Saulo de Tarso (Atos.18:3) fabricava tendas de couro e peles. Entre os artesões, a profissão de carpinteiro (naggãr em hebráico), gozava de muito prestígio.
-(La storia de Gesú - Rizzoli Editora-Milão,Itália).
O HOMEM JESUS E ALGUNS EPISÓDIOS SIGNIFICATIVOS
As pessoas subordinadas às influências religiosas poderão perguntar. "Mas então, Jesus não era um santo?"
Não, Jesus não era um santo, senão não teria valor nenhum seu esforço. Jesus tem o seu mérito pessoal e não se pode excluí-lo da condição humana, divinizando-o.
Como diz o escritor Venezuelano Jon Aizpúrua " Fizeram-no nascer de uma virgem concebido extracarnalmente, num ato de pré-gestação, obviamente plagiado da antiquíssima mitologia bramânica".
Jesus não era um agênere ou tampouco um ser sobrenatural. É preciso que se esclareça o dizer de Jesus: "Eu e o Pai somos um. O Pai está em mim e eu nele" (João 10:30 e 38).
O Mestre Nazareno após milhares de reencarnações em milhares de corpos, passando por uma cadeia imensa de mundos, evoluiu até atingir uma fase bastante elevada da sua evolução, compreendendo através da iluminação espiritual (sabedoria), que Ele era em Deus e Deus era Nele.
Jesus, inteligência multimilenarmente avançada em relação à cultura da época, soube inserir na filigrana das parábolas o objetivo fundamental, que é a reestruturação da sociedade em moldes de justiça perfeita.
Os seus ensinamentos aparentemente não têm cronologia, mas se notarmos bem, em todos eles existe uma conexão perfeita, profunda entre um e outro, porque todos são direcionados e têm como objetivo a consolidação da fraternidade na face da Terra.
- Jon Aizpúrua escritor venezuelano (Revista EVOLUTIVA N° 77- Caracas) Venezuela.
O evangelista Mateus no capítulo 8:8 a 13 narra a cura à distância do servo do centurião: "Vai-te e seja feito conforme a tua fé". Naquela mesma hora o servo foi curado.
O Mestre Nazareno é viril quando diz aos esvirros de Herodes que vieram para prendê-lo:"ide e dizei àquela raposa...."(Lucas,13:22).
É viril e másculo quando enfrenta Pilatos e os sacerdotes do Sinédrio, sem perder a dignidade, sem se acovardar em nenhum instante, conservando o semblante sereno e suave.
É corajoso quando penetra no Templo corrompido pelas negociatas, derruba as bancas de negócios escusos e expulsa os comerciantes da fé, das oferendas religiosas. Jesus não se curvava, não se subordinava às leis que privilegiavam uns em detrimento de outros.
Um episódio característico dessa independência ocorreu quando o Mestre Nazareno a caminho de Jeruzalém, repousou em Betânia, ficando na casa de Simão, o leproso, desobedecendo às leis judáicas quanto a pureza. (Marcos,14:3).
É também o Jesus viril, corajoso que se transforma em Jesus-ternura ao ver uma criança e diz: "Em verdade vos digo que, se não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Aquele que se tornar humilde como uma criança, esse é o maior no reino dos céus". (Mateus,18:3 e 4).
Jesus tem seus pés lavados com perfumes por Madalena, na época uma prostituta(Lucas, 7:36 a 38); Segundo o Prof. Francesco Lambiasi "Nenhum judeu reverente se teria deixado tocar e ter os pés beijados por uma prostituta" (La Storia de Gesú).
Jesus, O Mestre Nazareno, que defendeu a mulher adultera do apedrejamento e da morte inócua, dá uma magistral lição consubstanciada de sua célebre frase; "Aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra". Posteriormente, levantando a adúltera pelas mãos indaga: "Mulher, onde estão os teus acusadores?- Se foram, Mestre, respondeu a mulher detida em flagrante adultério. O Mestre Nazareno dá a todos nós mais uma sublime e profunda lição: "Vai eu também não te condeno".
Jesus, que vibra sobre o leproso e diz: "Sê limpo"! E as carnes apodrecidas e fétidas se regeneram e se tornam sadias.
JESUS É MESTRE POR EXCELÊNCIA 
O Mestre Nazareno para muitos pseudopregadores e inconsequentes intépretes do Novo Testamento, é Deus. Confunde-no com Deus e é proclamado por grande número de pregadores de púlpitos como sendo Deus.
Estas absurdas e até mesmo infantis interpretações criam e estabelecem um quadro de confusão mental na grande massa, no povo simples e desprovido de cultura. Esses pregadores sem qualquer análise ou sustentação racional criam mais confusão do que entendimento.
O Mestre Nazareno é um espírito (homem) que há aproximadamente 2 mil anos reencarnou na Terra, como normalmente os espíritos reencarnam. O que difere dos homens é a extraordinária condição de evolução do seu espírito, exemplificando pelo proceder aquilo que ensinava.
Quando da sua passagem pela Terra, Jesus constatando que a religião era na época a base e a estrutura da sociedade, tomou por empréstimo a cobertura religiosa, mas nem por isso deixou de inserir habilmente, e em oculto, ensinamentos de ordem intelecto-evolutiva, um dos principais objetivos de sua missão. Mais oculto ainda, o módulo dinamizador do estruturante social, visando o congraçamento em torno de um ideal comum bem configurado em duas expressões: "Um só rebanho e um só pastor" (João, 10:16) e "Amai-vos uns aos outros" (João,15:17).
Jesus não disse que isso seria a redenção ou o caminho do céu, mas "ali" estava "toda a lei e os profetas", ou seja, o módulo operacional (amai-vos), o objetivo (um só rebanho) e obviamente, a causa e o efeito limitados ao círculo terreno. Jesus não pregou e nem estabeleceu nenhuma religião. Pregou, isto sim, a moralização, o auto-respeito e o respeito para com o próximo, a fraternidade e não a caridade, mas o amor a todas as criaturas. O Mestre veio para ensinar os homens e não para estabelecer cultos religiosos salvacionistas e bajuladores eivados de prometimentos cerúleos.
Jesus não trouxe nenhuma proposição que não estivesse ao alcance do homem aprender, entender, sentir e viver, senão teria sido um mero visionário inconsequente. Tudo é uma questão de tempo, apenas.
Quando o Mestre Nazareno diz: "Amai-vos uns aos outros", não está prefixada nenhuma data para que isto venha a ocorrer, mas o estado intelectual e sensitivo em que o homem deverá estar no futuro, para exercer esta recomendação. O amor é efeito não causa. Jesus foi e é mestre por excelência. O Jesus-exemplo porque vivia e praticava o que ensinava. O Mestre Nazareno não impunha mas, convidava sempre: "aquele que quiser vir após mim, tome sobre si a sua cruz e siga-me".(Mateus,16:24)
É preciso entender Jesus.Não é a cruz infamante do Gólgota, mas a da responsabilidade que de configuração infantil que vêm sendo difundida há muitos séculos, principalmente no meio religioso.[
O absurdo é atribuir a Deus a co-autoria da sua morte."Morreu e derramou o seu sangue para nos salvar"!!! Este seria um Deus sedento de sangue, decretando a morte de seu filho dileto, para gáudio dos salvacionistas. Já dissemos e voltamos a repetir: "Jesus estava consciente de que trazendo à Terra princípios que iriam abalar os fundamentos de uma sociedade hipócrita e inícua desde então, teria que suportar o suplício de uma morte igominiosa, pois era necessário este acontecimento como consolidador do idealismo puro".
O Mestre Nazareno, através das suas pregações, começou a preocupar o Sinédrio e Roma, principalmente quando os seus ensinamentos começaram a ser compreendidos pelos intelectuais da época. Naquele tempo de domínio e opressão, pregar para aquele povo injustiçado e explorado:" Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos"(Mateus, 5:6), representou na verdade a decretação da sua própria sentença de morte.
Francesco Lambiasi, Professor de Teologia Fundamental do Pontifício Leoniano de Anagui

Publicação de Kardec Online