quarta-feira, 20 de novembro de 2013

HISTORIA DE VOVÓ CATARINA DE ARUANDA

No dia da consciência negra , trazemos uma história linda !

A HISTÓRIA DE EUZÁLIA (VOVÓ CATARINA DE ARUANDA). 

"Era noite. Naquele tempo não tínhamos as luzes da civilização. O gemido do negro no poste do martírio fazia com que todos temêssemos por nossas vidas. Ninguém estava seguro. Sinhazinha era temida por toda a negrada e muitas e muitas noites nós passamos ao relento, sem ao menos ter a chance de dormir dentro das senzalas. Era o nosso castigo por sermos negros. Quitéria era uma negra muito bonita e por causa dela todos nós sofríamos. Nas noites tristes das senzalas, ouvia-se o som dos nossos tambores. Os tambores de Angola, nossa terra que talvez nunca mais veríamos. Ah! Como era duro ser negro naqueles dias. Nosso destino era servir. Servir até a morte. Os tambores tocavam o ritmo cadenciado dos Orixás e nós dançávamos. Dançávamos todos em volta da fogueira improvisada ou à luz de tochas ou velas de cera que fazíamos. A comida era pouca, mas para passar a fome nós dançávamos a dança dos Orixás. E assim, ao som dos tambores de nosso povo, nos divertíamos para não morrer de tristeza e sofrimento. Eu era chamada de feiticeira. Mas eu não era feiticeira, era curandeira. Entendia de ervas com as quais fazia remédios para o meu povo e de parto; eu era a parteira do povo de Angola, que estava errando naquela terra de meu Deus. Até que Sinhazinha me tirou do meu povo. Ela não queria que eu usasse meus conhecimentos para curar os negros, somente os brancos; afinal negro – dizia ela – tinha que trabalhar e trabalhar até morrer. Depois, era só substituir por outro. Mas Dona Moça não pensava assim. Ela gostava de mim e eu dela. Fui jogada num canto, separada dos outros escravos e todas as noites eu chorava ao saber que meu povo sofria e eu não podia fazer nada para ajudar. De dia descascava coco e moía café no pilão. À noite eu cantava sozinha, solitária. E ouvia o cantar triste de meu povo de longe. Ouvia o lamento dos negros de Angola pedindo a Oxalá a liberdade que só depois nós entendemos o que era. E os tambores tocavam seu lamento triste, o seu toque cadenciado, enquanto eu respondia de meu cativeiro com as rezas dos meus Orixás. A liberdade que era cantada por todos do cativeiro, só mais tarde é que nós a compreendemos. A liberdade era de dentro e não de fora. Aqueles eram dias difíceis e nós aprendemos com os cânticos de Oxossi e as armas de Ogum o que era se humilhar, sofrer e servir, até que nosso espírito estivesse acostumado tanto ao sofrimento e a servir sem discutir, sem nada obter em troca que a um simples sinal de dor ou qualquer necessidade, nós estávamos ali, prontos para servir, preparados para trabalhar. E nosso Pai Oxalá nos ensinou em meio aos toques dos tambores na senzala ou aos chicotes do capitão, que é mais proveitoso servir e sofrer do que ser servido e provocar a infelicidade dos outros. Um dia, vitima do desespero de Sinhá, eu fui levada à noite para o tronco enquanto meus irmãos na senzala cantavam. A cada toque mais forte dos tambores, eu recebia uma chicotada até que, desfalecendo fui conduzida nos braços de Oxalá para o reino de Aruanda. Meu corpo na verdade estava morto, mas eu estava livre, no meio das estrelas de Aruanda. Em meu espírito não restou nenhum rancor, mas apenas um profundo agradecimento aos meus antigos senhores, por me ensinar com o suor e o sofrimento, que mais compensa ser bom do que mau; sofrer cumprindo nosso dever do que sorrir na ilusão; trabalhar pelo bem de todos do que servir de tropeço. Eu Era agora liberta e nenhum chicote, nenhuma senzala poderia me prender, porque agora eu poderia ouvir por todo o lado o barulho dos tambores de Angola, mas também do Kêtu, de Luanda, de Jêje e de todo lugar. Em meio às estrelas de Aruanda eu rezava. Rezava agradecida ao meu Pai Oxalá. Assim a companheira Euzália, a querida Vovó Catarina, contou a sua historia da época do cativeiro e a sua libertação do jugo tirano.E continuando falou: - Fui para Aruanda, lugar de muita paz! Mas eu retornei. Pedi a meu Pai Oxalá que desse oportunidade pra eu voltar ao Brasil pra poder ajudar a Sinhá pois ela me ensinou muita coisa com o jeito dela nos tratar. E eu voltei. Agora as coisas pareciam mudadas. Eu não era aquela nega feia e escrava. Era filha de gente grande e bonita, sabia ler e ensinava crianças dos outros. Um dia bateu na minha porta um homem com uma menina enjeitada da mãe. Era muito esquisita, doente e trazia nela o mal da lepra. Tadinha ! Não tinha pra onde ir e o pai desesperado não sabia o que fazer. Adotei a pobre coitada, fui tratando aos poucos e quando me casei, levei a menina comigo. Cresceu, deu problema, mas eu a amava muito. Até que um dia ela veio a desencarnar em meus braços, de um jeito que fazia dó. Quando eu retornei pra Aruanda, o que vocês chamam de plano espiritual, ela veio me receber com os braços abertos e chorando muito, muito mesmo. Perguntei por que chorava, se nós duas agora estávamos livres do sofrimento da carne, então ela transformando-se em minha frente, assumiu a feição de Sinhazinha! Ela era a minha Sinhá do tempo do cativeiro. E nós duas nos abraçamos e choramos juntas. Hoje, trabalhamos nas falanges da Umbanda, com a esperança de passar a nossa experiência pra muitos que ainda se encontram perdidos em suas dificuldades. A historia de Euzália era um verdadeiro poema de amor. Com certeza aquele espírito bondoso alcançou uma força moral tal que lhe facultou oportunidade de dirigir aquele agrupamento fraterno." (Livro Tambores de Angola, Robson Pinheiro, pelo Espírito Angelo Inácio), Editora Casa dos Espíritos

terça-feira, 19 de novembro de 2013

DIÁLOGO COM PAI JOAQUIM DAS CACHOEIRAS

CONVERSA COM PAI JOAQUIM DAS CACHOEIRAS!!!!! PERFEITOOOO!!!


Pai Joaquim, o senhor está triste hoje?

- Sim, meu filho, um Mentor também se entristece, mas saiba que é diferente da tristeza que vocês sentem.

- Como assim diferente, meu pai? Tristeza não é tudo igual?

- Nós nos entristecemos, mas não com sofrimento, pois o sofrimento vem quando sabemos que poderíamos ter feito mais, e nós sempre fazemos tudo que é possível, tudo que é permitido. Então somente ficamos tristes por não atingirmos os objectivos que dependem da compreensão de cada Individualidade, ou de cada Personalidade.

- Entendo, mas o senhor poderia dar um exemplo, para que eu possa escrever sobre isso?

- Sim, meu filho... Nenhuma pessoa se aproxima de outra se não houver um motivo. Grande parte das vezes é por afinidade vibratória, e outras tantas pelos reajustes. Saiba, meu filho, que todo reajuste é planificado pelos espíritos envolvidos de maneira que possam aprender alguma coisa e reequilibrar um charme do passado com amor. Sim, com amor! Porque cada reencontro, por mais doloroso que possa parecer, tem uma finalidade produtiva para ambas as partes. Às vezes nós, aqui no Plano Espiritual, nos esforçamos para auxiliar que dois caminhos se encontrem. Que duas pessoas que necessitam reajustar possam estar próximas e em situações que permitam a superação dos defeitos de carácter de cada um. A tristeza chega para nós quando todos os esforços são vencidos pelo orgulho pessoal, pela arrogância, pela falta de compreensão e pelo desejo inconsciente de voltar à velha estrada. Então nos entristecemos, pois sabemos que a lição não foi aprendida.

- Então o reajuste não é realizado, e as pessoas terão que reencarnar novamente para reajustar a oportunidade que perderam?

- Não meu filho! O reajuste é sempre realizado, não tenha dúvidas. Mas sempre há a possibilidade do reajuste por amor, e, nestes casos, o reajuste é realizado pela dor. A mágoa acaba reequilibrando as energias. Os encontros e reencontros acontecem para que os envolvidos possam ultrapassar os limites do simples reajuste, para que possam aprender algo e realizar com amor o reequilíbrio do passado. É a lei do Perdão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Porém, quando o amor é vencido pelos sentimentos negativos ou mesmo pelas influencias dos irmãozinhos, volta-se a velha estrada do dente por dente, olho por olho e quem pode cobra, quem deve paga.

- Então sempre podemos reajustar por amor, pelo perdão, mas quando “terminamos mal”, acabamos reajustando pela dor. É isso meu pai?

- Sim filho. Por isso a importância de procurar compreender o outro, de colocar-se “nos seus sapatos” e entender, mesmo que não concorde com as atitudes e palavras. Assim, buscando o entendimento de como o outro está pensando, podemos perdoar, quando requer perdão, ou pedir perdão. Aliás, pedir perdão é sempre recomendável quando o coração compreende. Pedir perdão não é sinal de fraqueza ou de concordância com o outro. É o reconhecimento da compreensão e a nova Lei de Nosso Senhor Jesus Cristo, na sua Escola do Caminho.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

TAPIR

TORRE DE TAPIR


►TAPIR◄
Tapir é a plataforma espacial de onde são projetados os Raios dos Oráculos de Simiromba, Olorum e Obatalá, que vão compor a Corrente Mestra, fluindo pela Pira, no Templo, indo até o Radar e, depois, se desenvolvendo pelo Templo.

A ligação é constante, pois Tapir funciona como potente dinamizador das forças espirituais, direcionando e dosando estas forças na medida da necessidade dos trabalhos e de acordo com o potencial de cada médium que faz na Pira sua Preparação.

Ali, se projetam, diretamente do Campo das Morsas, em Tapir, forças curadoras e desobsessivas que abastecem o médium, através de suas morsas (*) - as cruzes nas mangas -, de acordo com suas possibilidades de trabalho.