terça-feira, 12 de julho de 2011

TRABALHO

É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos.

Com o trabalho, melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a Providência Divina nos situou.

Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual angariaremos o respeito e a cooperação dos outros.

Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu, não atende aos seus justos deveres para com a humanidade e nem retribui a dignidade da pátria amorosa que lhe serve de mãe.

O trabalho é uma instituição de Deus.
SENDA DE PERFEIÇÃO

Quem move as mãos no serviço,

Foge à treva e à tentação.

Trabalho de cada dia

É senda de perfeição.

* * *
Meimei

Sobre Meimei

"Chico Xavier contou-nos que Meimei, com sua avozinha, habitava, juntamente com 80 crianças, um pequeno castelo no mundo espiritual..."Seu nome de batismo, aqui na Terra, foi Irma de Castro Rocha. Nasceu a 22 de outubro de 1922, em Mateus Leme (Minas Gerais).

Aos dois anos de idade sua família transferiu-se para Itauna (Minas Gerais). Constava de pai, mãe e 4 irmãos: Ruth, Carmen, Alaíde e Danilo. Os pais eram Adolfo Castro e Mariana Castro. Com cinco anos ficou órfã de pai.

Meimei foi, desde criança, diferente de todos pela sua beleza física e inteligência invulgar. Era alegre, comunicativa, espirituosa, espontânea. O convívio com ela, em família, foi para todos uma dádiva do Céu.

Cursou com facilidade o curso primário, matriculando-se, depois, na Escola Normal de Itaúna; porém a moléstia que sempre a perseguia desde pequena (nefrite) manifestou-se mais uma vez quando cursava com brilhantismo o 2º Ano Normal. Sendo a primeira aluna da classe, teve que abandonar os estudos. Mas, muito inteligente e ávida de conhecimentos, foi apurando sua cultura através de boa leitura, fonte de burilamento do seu espirito.

Onde quer que aparecesse era alvo de admiração de todos. Irradiava beleza e encantamento, atraindo a atenção de quem a conhecesse.

Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos dotes que Deus lhe dera. Profundamente caridosa, aproximava-se dos humildes com a esmola que podia oferecer ou uma palavra de carinho e estímulo. Pura, no seu modo simples de ser e proceder, não era dada a conquistas próprias da sua idade, apesar de ser extremamente bela. Pertencia a digna sociedade de Itaúna.

Algum tempo depois se transferiu para Belo Horizonte, em companhia de uma das irmãs, Alaíde, a fim de arranjar colocação. Estava num período bom de saúde, pois a moléstia de que era portadora ia e vinha, dando-lhe até, às vezes, a esperança de que havia se curado.

Foi nessa época que conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 janeiros de idade. Viviam um lindo sonho de amor que durou dois anos apenas, quando adoeceu novamente. Esteve acamada três meses, vítima da pertinaz doença "nefrite crônica". Apesar de todos os esforços e desvelos do esposo, cercada de médicos, vindo a ficar cega próximo ao seu desligamento, o processo desencarnatório foi através de edema agudo do pulmão.

Veio a falecer no dia 12 de outubro de 1946, em Belo Horizonte.

Logo depois, seu espirito já esclarecido, começou a manifestar-se através de mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier, e prossegue nessa linda missão de esclarecimento e consolo, em páginas organizadas em várias obras mediúnicas, que tem se espalhado por todo o Brasil e até além das nossas fronteiras.

Seu nome "Meimei"*, agora tão venerado como um "Espírito de Luz", foi lhe dado em vida, carinhosamente, pelo seu esposo Arnaldo Rocha.

* Meimei - expressão chinesa que significa "amor puro".
AMOR SEM POSSESSÃO
Herculano Pires


O desapego é uma constante nas lições dos grandes mestres espirituais. E mesmo na vida terrena as pessoas sensatas e experientes compreendem os perigos do apego amoroso. Todas as escolas de psicologia denunciam esses perigos e, desde os gregos até nós, os filósofos ensinam que a felicidade depende da nossa capacidade de libertar-nos do apego às coisas e aos seres. 

O ciúme é sintoma de apego e leva a desequilíbrios perigosos, podendo gerar doenças graves e acarretar crimes nefandos.

Lemos sempre nos jornais a expressão: “Matou por amor”. Mas a verdade é que o amor não mata, pois o amor é vida e não morte. O que mata é o ciúme, o apego amoroso, gerado por sentimentos inferiores de posse exclusivista da pessoa amada. 

Esses sentimentos são resquícios animais da espécie que racionalmente devemos expulsar de nós, ao invés de racionalmente aumentá-los, como em geral fazemos. 
Nossa imaginação pode levar os instintos animais a intensidades ameaçadoras, o que jamais ocorre nas espécies animais. Temos de aprender a amar sem apego.

Quando Cornélio escreve que “o amor na totalidade é a natureza de Deus”, lembra-nos a afirmação de João, em seu Evangelho: “Deus é amor”. E Cornélio tira deste princípio a explicação do antigo mistério da presença de Deus em nós, afirmando: “O amor é Deus em nós todos, cada qual tem um pedaço.” 

A seguir, adverte que quanto menos possessão puser no amor, mais amor teremos em nosso coração. É impossível dar-se uma lição tão elevada com palavras mais simples e de maneira mais natural.
Toda a dinâmica da evolução espiritual se esclarece na simplicidade caipira desses versos. 
Deus está presente em nós pela nossa capacidade de amar, mas enquanto não superarmos o nosso egoísmo, que tudo quer com exclusividade, o amor permanecerá sufocado pela vaidade, o desejo e a ambição.

Poderíamos perguntar: mas se o amor é o próprio Deus, por que ele não vence o nosso apego? 

A resposta é clara: porque amor é liberdade. 
O amor é Deus chamando-nos para a liberdade, convocando-nos ao desapego por nossa própria compreensão e decisão. 
Deus não nos ama com apego, mas com liberdade, e por isso não quer impor-nos a compreensão do amor que devemos atingir por nós mesmos.