domingo, 19 de junho de 2011

TUDO PASSA...



Todas as coisas, na Terra, passam...
Os dias de dificuldades passarão...
Passarão também os dias de amargura e solidão...
As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar...
Um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará.
Dias de tristeza...
Dias de felicidade...

São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas. Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.

Elevemos o pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: isso também passará...

E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre. O planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Mas isso também passará, porque Jesus está no leme dessa Nau, e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da humanidade, e que um dia também passará...

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro, porque essa é a sua destinação.

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo...
“Também passarão...”

“Tudo passa... exceto DEUS!"

Deus é o suficiente!

(Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier
O SUICIDA DO TREM

Eu nunca me esquecerei que um dia havia lido num jornal acerca de um suicídio terrível, que me impactou: um homem jogou-se sobre a linha férrea, sob os vagões da locomotiva e foi triturado. E o jornal, com todo o estardalhaço, contava a tragédia, dizendo que aquele era um pai de dez filhos, um operário modesto.

Aquilo me impressionou tanto que resolvi orar por esse homem.

Tenho uma cadernetinha para anotar nomes de pessoas necessitadas. Eu vou orando por elas e, de vez em quando, digo: se este aqui já evoluiu, vou dar o seu lugar para outro; não posso fazer mais.

Assim, coloquei-lhe o nome na minha caderneta de preces especiais - as preces que faço pela madrugada. Da minha janela eu vejo uma estrela e acompanho o seu ciclo; então, fico orando, olhando para ela, conversando. Somos muito amigos, já faz muitos anos. Ela é paciente, sempre aparece no mesmo lugar e desaparece no outro.

Comecei a orar por esse homem desconhecido. Fazia a minha prece, intercedia, dava uma de advogado, e dizia: Meu Jesus, quem se mata (como dizia minha mãe) "não está com o juízo no lugar". Vai ver que ele nem quis se matar; foram as circunstâncias. Orava e pedia, dedicando-lhe mais de cinco minutos (e eu tenho uma fila bem grande), mas esse era especial.

Passaram-se quase quinze anos e eu orando por ele diariamente, onde quer que estivesse.

Um dia, eu tive um problema que me fez sofrer muito. Nessa noite cheguei à janela para conversar com a minha estrela e não pude orar. Não estava em condições de interceder pelos outros. Encontrava-me com uma grande vontade de chorar; mas, sou muito difícil de fazê-lo por fora, aprendi a chorar por dentro. Fico aflito, experimento a dor, e as lágrimas não saem. (Eu tenho uma grande inveja de quem chora aquelas lágrimas enormes, volumosas, que não consigo verter).

Daí a pouco a emoção foi-me tomando e, quando me dei conta, chorava.

Nesse ínterim, entrou um Espírito e me perguntou:

- Por que você está chorando?

- Ah! Meu irmão - respondi - hoje estou com muita vontade de chorar, porque sofro um problema grave e, como não tenho a quem me queixar, porquanto eu vivo para consolar os outros, não lhes posso contar os meus sofrimentos. Além do mais, não tenho esse direito; aprendi a não reclamar e não me estou queixando.

O Espírito retrucou:

- Divaldo, e seu eu lhe pedir para que você não chore, o que é que você fará?

- Hoje nem me peça. Porque é o único dia que eu consegui fazê-lo. Deixe-me chorar!

- Não faça isto - pediu. - Se você chorar eu também chorarei muito.

- Mas por que você vai chorar? - perguntei-lhe.

- Porque eu gosto muito de você. Eu amo muito a você e amo por amor.

Como é natural, fiquei muito contente com o que ele me dizia.

- Você me inspira muita ternura - prosseguiu - e o amo por gratidão. Há muitos anos eu me joguei embaixo das rodas de um trem. E não há como definir a sensação da eterna tragédia. Eu ouvia o trem apitar, via-o crescer ao meu encontro e sentia-lhe as rodas me triturando, sem terminar nunca e sem nunca morrer. Quando acabava de passar, quando eu ia respirar, escutava o apito e começava tudo outra vez, eternamente. Até que um dia escutei alguém chamar pelo meu nome. Fê-lo com tanto amor, que aquilo me aliviou por um segundo, pois o sofrimento logo voltou. Mais tarde, novamente, ouvi alguém chamar por mim. Passei a ter interregnos em que alguém me chamava, eu conseguia respirar, para aguentar aquele morrer que nunca morria e não sei lhe dizer o tempo que passou. Transcorreu muito tempo mesmo, até o momento em que deixei de ouvir o apito do trem, para escutar a pessoa que me chamava. Dei-me conta, então, que a morte não me matara e que alguém pedia a Deus por mim. Lembrei-me de Deus, de minha mãe, que já havia morrido. Comecei a refletir que eu não tinha o direito de ter feito aquilo, passei a ouvir alguém dizendo: "Ele não fez por mal. Ele não quis matar-se." Até que um dia esta força foi tão grande que me atraiu; aí eu vi você nesta janela, chamando por mim.

- Eu perguntei - continuou o Espírito - quem é? Quem está pedindo a Deus por mim, com tanto carinho, com tanta misericórdia? Mamãe surgiu e esclareceu-me:

- É uma alma que ora pelos desgraçados.

- Comovi-me, chorei muito e a partir daí passei a vir aqui, sempre que você me chamava pelo nome.

(Note que eu nunca o vira, face às diferenças vibratórias.)

- Quando adquiri a consciência total - prosseguiu ele - já se haviam passado mais de catorze anos. Lembrei-me de minha família e fui à minha casa. Encontrei a esposa blasfemando, injuriando-me: "- Aquele desgraçado desertou, reduzindo-nos à mais terrível miséria. A minha filha é hoje uma perdida, porque não teve comida e nem paz e foi-se vender para tê-los. Meu filho é um bandido, porque teve um pai egoísta, que se matou para não enfrentar a responsabilidade.

Deixando-nos, ele nos reduziu a esse estado."

- Senti-lhe o ódio terrível. Depois, fui atraído à minha filha, num destes lugares miseráveis, onde ela estava exposta como mercadoria. Fui visitar meu filho na cadeia.

- Divaldo - falou-me emocionado - aí eu comecei a somar às "dores físicas" a dor moral, dos danos que o meu suicídio trouxe. Porque o suicida não responde só pelo gesto, pelo ato da autodestruição, mas, também, por toda uma onda de efeitos que decorrem do seu ato insensato, sendo tudo isto lançado a seu débito na lei de responsabilidades. Além de você, mais ninguém orava, ninguém tinha dó de mim, só você, um estranho. Então hoje, que você está sofrendo, eu lhe venho pedir: em nome de todos nós, os infelizes, não sofra! Porque se você entristecer, o que será de nós, os que somos permanentemente tristes? Se você agora chora, que será de nós, que estamos aprendendo a sorrir com a sua alegria? Você não tem o direito de sofrer, pelo menos por nós, e por amor a nós, não sofra mais.

Aproximou-se, me deu um abraço, encostou a cabeça no meu ombro e chorou demoradamente. Doridamente, ele chorou.

Igualmente emocionado, falei-lhe:

- Perdoe-me, mas eu não esperava comovê-lo.

- São lágrimas de felicidade. Pela primeira vez, eu sou feliz, porque agora eu me posso reabilitar. Estou aprendendo a consolar alguém. E a primeira pessoa a quem eu consolo é você.



Transcrito do livro "O Semeador de Estrelas", de Suely Caldas Schubert, Ed. Alvorada

HISTORIAS MEDIUNICAS DA EPOCA DE JESUS

Quando um ladrão entra no reino dos céus

Olho para baixo vejo a multidão agitada e penso no que eu fiz da minha vida, o que aconteceu comigo?

Fui criado por uma boa família, que me deu princípios morais sadio, me ensinou a tratar as pessoas com educação e gentileza. Os meus pais eram pobres, não tiveram condições de me dar conforto e as melhores escolas, mas me deram o mais valioso dos bens, que é o exemplo de vida honesta.

Cresci como homem trabalhador, exercia a minha profissão com honestidade e seriedade. Nunca, neste período, prejudiquei alguém, nunca cobrei mais do que o correto por um serviço. Sempre procurei, a exemplo dos meus pais, exercer a vida com o mais puro sentimento de correção e de respeito para com o próximo.

Casei, tive filhos, sustentava a minha família com tranqüilidade e tínhamos uma vida humilde, mas na qual não faltava o básico.

Procurei passar aos meus filhos aquilo que aprendi com os meus pais e que praticava até aquele momento, com convicção.

Mas vieram as tempestades, tudo mudou em minha vida. Perdi a condição de sustentar a minha família que começou a passar profundas necessidades.

Eu, de minha parte, me esforçava para mudar esta situação, sempre convicto dos princípios que tinha aprendido. Mas os problemas aumentavam em vez de diminuir, e a vida estava começando a ficar insustentável materialmente. Procurei de todas as formas a mudar isso, mas não conseguia. Parecia que tudo e todos estavam contra mim.

Eu, que nunca fui religioso, nem nestes momentos lembrei-me de Deus, apesar de sempre ter agido de uma forma correta. E isso me revoltava mais: eu, uma pessoa honesta, com tantas dificuldades e outros, não tão honestos, vivendo a vida com tranqüilidade.

Mas aí veio a tentação, apareceu uma oportunidade de ganhar dinheiro, mas de uma forma desonesta.

Não resisti, deixei até o que tinha de mais valioso, que eram os meus princípios. Em desespero parti para roubar, fui preso e condenado.

Eu e toda a minha família caímos em humilhação.

Agora estou aqui, preso ao madeiro infame, junto com outros dois condenados.

O da extremidade oposta, um homem com os olhos cheios de ódio e revolta. O do meio, ao meu lado, um jovem com os olhos e semblante cheios de amor e compreensão. Não entendia porque aquele jovem tinha sido condenado. Entendia a minha condenação e a do outro, que éramos ladrões, mas não a do jovem, que ouvi dizer, só tinha feito o bem.

Em certo momento ele virou e me disse que eu iria estar com ele, ainda naquele dia, no paraíso.

Estas palavras tocaram a minha alma e fechei os meus olhos com tranqüilidade. Eu, um homem não religioso, entreguei com fé a minha alma para Deus.

Histórias mediúnicas da época de Jesus.
Grupo Espírita Apóstolo Paulo