quarta-feira, 1 de junho de 2011

RELIGIÃO


 
         Religião é um conjunto de conceitos que procura estabelecer uma ligação entre dois pontos desconhecidos – o princípio e o fim das coisas.
         Por ultrapassar os limites do verificável pelos sentidos, ela estabelece a fé, a crença, como norma de aceitação. Como esses conceitos variam no tempo e no espaço, formam-se religiões características em determinados momentos sociais.
         Basicamente, consiste numa forma padrão de comportamento que estimula, além do conjunto psicofísico, o mecanismo espiritual. A prática religiosa procura despertar as forças latentes dos seres humanos no sentido de servir a Deus, em detrimento da tendência natural de servir ao Diabo, Deus e Diabo representando forças opostas e extremadas. Em todas as religiões, as duas figuras emergem com nomes e representações as mais variadas.
         Como a religião considera o espírito fator fundamental, ela manipula, com toda naturalidade, as forças naturais de ligação, os pontos intermediários – o Mediunismo.
         Concluímos, pois, que a mediunidade é a força básica e instrumental de todas as religiões e o principal fator da atitude religiosa. O estudo do mecanismo das religiões leva-nos a distinguir facilmente as práticas mediúnicas.
         A não aceitação desse fator torna a religião motivo de angústia e sofrimento, quando deveria ser exatamente o contrário. Cada ser humano traz consigo sua programação própria, sua maneira de servir o destino. Traz, também, as forças necessárias, as armas próprias para a ação.
         A tentativa de padronização do comportamento produz a angústia. É desumano viver-se sob o peso do medo, pecando não contra a consciência, mas contra um conjunto de textos.

1º Mestre sol Trino Tumuchy
Mestre Mário Sassi
Ética Mediúnica



Na lida com os desencarnados, o médium necessita saber que está lidando com espíritos fora do corpo, homens sem o seu veículo físico de manifestação a quem a morte não santificou e nem alterou, de imediato, a natureza de seus pensamentos.
Entre encarnados e desencarnados deve se estabelecer uma parceria consciente com objetivos que transcendem todo e qualquer interesse material.
Os Espíritos, habitando as dimensões do Invisível, continuam interessados no progresso do planeta - não se trata apenas do propósito de cooperar com Jesus na evolução da Humanidade; trata-se igualmente de melhorar a psicosfera do orbe terrestre e as condições de vida nele existentes, posto que, com raras exceções, todos haverão de tomar o caminho da reencarnação.
Os médiuns afeitos ao serviço do Bem, estão trabalhando sobre a Terra para continuarem trabalhando no Mundo Espiritual, porquanto a vida de Além-Túmulo, para todos os homens, é a seqüência natural do que estejam fazendo. Médiuns apenas com a aparência de devotamento, movidos por interesses estritamente pessoais, haverão de se decepcionar profundamente, quando a liberação do corpo de carne os colocar em confronto com a própria consciência.
Ser médium não é uma condição especial para a criatura encarnada, no entanto pode tornar-se pelo modo com que encare a tarefa que está sendo chamada a desempenhar - sem dúvida, trata-se para o homem de uma das melhores oportunidades de crescimento espiritual que a Lei está lhe conferindo, ao longo de suas múltiplas experiências reencarnatórias.
O médium, portanto, deveria encarar com maior responsabilidade o compromisso, lutando por um melhor aproveitamento do tempo.


Condição mediúnica desprezada assemelha-se ao talento enterrado da parábola de Jesus... Os que se revelam indiferentes diante de seus dons medianímicos, sejam eles expressivos ou não, anularão em si mesmos excelentes oportunidades de trabalho; quem faz questão de cultivar-se mediunicamente, estabelece importantes vínculos mentais com a Espiritualidade, e a idéia de sua própria sobrevivência constantemente o influência em suas decisões.
Em ser médium, o médium só tem a lucrar, desde, é claro, que não utilize as suas faculdades espirituais para a sua satisfação material - sim, porquanto existem medianeiros que subordinam os interesses da mediunidade que são eternos, aos de natureza temporária. Companheiros que, por desconhecerem a ética que impera na mediunidade, permitam uma companhia espiritual saudável por espíritos interesseiros e levianos.
A mediunidade, por assim dizer, é um terreno que será ocupado - no espaço psíquico do medianeiro - por espíritos que lhe reclamarão a posse para o Bem ou para o Mal.
A proteção espiritual destinada aos médiuns, na supervisão de suas atividades, atua com base na sinceridade dos seus propósitos; medianeiros que atraiam a influência dos espíritos ignorantes, não oferecerão sintonia aos que, por seu intermédio, desejam desenvolver um trabalho sério e de conseqüências benéficas para a Humanidade.
Sem o que chamaríamos de moral mediúnica, a mediunidade jamais será exercida de modo responsável.
(Carlos Baccelli pelo Espírito Odilon Fernandes no livro "Conversando com os Médiuns")