sexta-feira, 27 de maio de 2011

O MUNDO DOS NAIADES


Por: Tia Neiva


SALVE  DEUS  !

Despertei e, ao abrir os olhos, achei-me sentada sobre a relva, à sombra de frondosa árvore onde, evidentemente, havia adormecido.

Comecei a me lembrar que o sol ainda brilhava no poente quando me destinara a sair do corpo, ou melhor, quando uma força enorme me arrancara do corpo, do meu corpo.
Sem tempo para analisar muito, vi duas lindas moças que chegaram e, sem falar, tinham escrito nas roupas: Marta e Efigênia. E, da maneira como eu ia me harmonizando, ia também me dando conta de onde eu estava.
Estava em outra dimensão, que não a minha. A iluminação era diferente e um pouco triste.
Sim, pensei, viver aqui seria realmente a morte.
_ Neiva -ouvi alguém dizer - A atmosfera material está te roubando a paz. O sol diminui a duração da vida, desde o nascimento até se por. O tempo é chamado presente, passado e futuro. O que agora é presente, amanhã será passado e o que agora é futuro amanhã será presente. Acaba o futuro do corpo. Aqui não pertence à categoria do presente, passado e futuro. Pertence à categoria de ETERNIDADE.  Por conseguinte, não deves te preocupar em como alcançar a plataforma da ETERNIDADE.  Deves utilizar a consciência desenvolvida de ser humano, nas proporções animais. Comer, dormir, enfim, dando vazão às coisas da terra, que normalizam o centro nervoso.  O homem vive e se alimenta das coisas que Deus criou.
E, respondendo a uma pergunta que pairava no meu pensamento, respondeu:
_ O sexo é uma decorrência da criação da natureza dos homens.
_ Graças a Deus, eu estou em outro mundo e ouço tudo isto, pensei.
_ Sim, sem os falsos preconceitos - rematou a voz.
Nisso, apareceram alguns casais, em diversas sintonias. Lindos, lindos!  É difícil dizer as coisas que faziam. De repente, em som clássico, conhecido encheu de alegria toda aquela paisagem. Alguns dançavam, outros corriam para ser alcançados por seus namorados.  Deduzi:
_ As almas gêmeas de André Luís !  Salve Deus !  - pensava, já sem as explicações daquela voz.
Contudo não conseguia sair dali, remoendo em minha cabeça.
_ A minha categoria é ainda do passado, presente e futuro. Enquanto estes, a sua categoria é eternidade. Será um sonho tudo o que vejo?  Será apenas um sonho?
_Não é sonho - disse novamente a voz -  Este é o mundo das NAIADES !  Aqui sentimos o aroma da terra.
Nisto, uma jovem que estava dançando caiu, como que desmaiada.
_ Meu Deus ! - exclamei - Desmaiou !
_ Esta moça tem uma alma gêmea segura em outra dimensão, onde ainda há reparações. Temos sete dimensões até chegar ao CANAL VERMELHO, que é o primeiro degrau celestial.

A música parou e todos foram em socorro da mulher. Pela primeira vez eu vi fios dourados, seguindo naquele horizonte.  E agora?
A voz continuou:
_ O felizardo, do outro lado, se libertou.
_ E para onde irá?
_ Para outra, dando sempre continuidade à sua evolução.
_ Que coincidência - pensei.
_ Não Neiva, a vida não para. Aqui, o mundo vive a sua própria evolução. Volte para o teu corpo, que já tem muito tempo que saístes.
Voltei. Já estava escuro. Algumas pessoas me perguntaram se eu estava bem.
E essas viagens se amiudaram...

Salve  Deus !

COM CARINHO, A MÃE EM CRISTO,

Tia Neiva

UESB, 1960

DE NOSSO AMIGO KAZAGRANDE

Excesso de Ritmo 

Continuando o assunto anterior sobre equilíbrio.

Por outro lado tem os que se “internam” no Templo. O Trino Araken afirmou claramente que “o mestre que coloca o uniforme todo o dia enlouquece”. É força demais e o plexo não agüenta.

Às vezes escuto mestres dizendo que vão se aposentar para se tornarem “empregados de Pai Seta Branca”. Têm outros que tiram férias para fazerem Escaladas de segunda a segunda e ficarem prisioneiros repetidamente. Alguns refugam empregos que exijam freqüência regular e constante, acomodando-se com parcos ganhos, mas dispondo de tempo livre para participarem dos Abatás e Alabás constantemente.

Enquanto isso, a família fica por conta própria, ou quase. Sem pai (ou mãe), nem chefe, nem marido (esposa), nem conselheiro, nem provedor, nem solucionador dos problemas, no momento em que eles surgem e reclamam atenção. Moram mal, estudam mal, não têm lazer decente, mas o “mestrão” não para de colecionar medalhas no colete.

Um dia, tal fanático descobre que o companheiro ou companheira se foi (física e/ou emotivamente), os filhos estão sendo reprovados na escola, quando não se encheram de vícios, a saúde vai mal e não tem nem aposentadoria certa ou suficiente.

Ai a culpa é de Pai Seta Branca, ou do Adjunto, ou do Presidente do Templo. Não percebem que a culpa pela desbarrancada na vida pessoal é dele mesmo (a ficha caiu), pensa em se suicidar ou, (Salve Deus!) acaba enfiando-se mais ainda no Templo, e pobres de nós aturando um chato amargurado desses...

O equilíbrio na Terra é um indicativo do equilíbrio espiritual. A condução da missão e do carma de forma controlada e produtiva demonstra a evolução alcançada pelo encarnado e a sua real condição íntima. A harmonia familiar/social e profissional/financeira se insere na máxima “as leis físicas que vos chamam a razão são as mesmas que vos conduzem a Deus” (Pai Seta Branca).

Largue disso de tanta televisão e conversa fiada, tamanha preguiça e indolência. Também fuja do excesso de ocupação em uma atividade, enquanto o resto do seu mundo desmorona por falta de manutenção. Ocupe o seu tempo com o cuidado e a objetividade de quem sabe que não é deste mundo, mas precisa muito dele por enquanto.

Trabalhe mediunicamente, trabalhe materialmente; assista à Centúria novamente, faça uma “pós-graduação”. Cuide da família, jogue bola com seus filhos, ajude-os nos deveres, leve a esposa ao cinema, não deixe para trocar a telha quebrada ou a lâmpada queimada quando não tiver uma escala para cumprir. Mas não perca as suas Escalas, nem deixe de pesquisar, refletir, ensinar e praticar esta maravilhosa Doutrina que nossa Mãe Clarividente nos trouxe dos mundos luminosos para o Vale do Amanhecer.

Não encarnamos para vivermos como espíritos. Não somos como os outros encarnados, pois somos sacerdotes. Nem lá, nem cá. Somos jaguares.

Kazagrande

MAIS UMA DE KAZAGRANDE

Fora de Ritmo 


Uma das minhas maiores batalhas internas foi contra o extremismo.

Encontrar o equilíbrio usando bom senso e a tolerância contra os que divergem de nossas opiniões e ações, colocando-se no lugar do outro, independente de ele “estar errado”, ou não.

Falo deste tema hoje visando o equilíbrio entre “estar no Templo” e “viver a Doutrina”.

O Templo, os Trabalhos, têm vida própria. Independem de sua específica presença física para terem continuidade. Porém, podemos avaliar que quem está mais presente, está no “ritmo” dos trabalhos, não percebe claramente quando estão mais “acelerados ou mais devagar”.

Temos um compromisso mínimo, ao realizarmos nossa Iniciação, de participarmos de um Retiro por mês e temos a Sessão Branca. Ao realizar a Elevação de Espadas, passamos a dispor do Angical, Prisão e firmamos o compromisso de uma Estrela por mês (ou por ano nos Templos mais distantes).

Ao Consagrar Centúria, como médiuns completos, nosso compromisso aumenta. Passamos a ter responsabilidades com escalas de Trabalho e Falanges Missionárias.

Ser Rama 2000 (ou escrava/madrinha de Rama 2000) implicar assumir que tem condições REAIS de poder estar presente em todos os Trabalhos Oficiais possíveis. Por isso não se deve “correr atrás” desta classificação, é uma responsabilidade muito grande! Nem sempre estamos em condições materiais para poder assumir tal compromisso e arcar com suas responsabilidades.

Bem, falava que quem está no “ritmo” correto de seus trabalhos dentro do Templo vive a Doutrina com tranqüilidade sem se fixar nas movimentações e alterações energéticas.

Quando se “afasta” por um tempo, sai do ritmo, e, ao voltar, se sente deslocado. Se aborrece com facilidade, não entende como as “coisas” estão acontecendo, acho que tudo está errado, que mexeram onde não devia, que tem mudanças, que “era de outro jeito”...

Muitas vezes acaba encontrando com outro, também fora da sintonia dos trabalhos... Seus padrões se atraem e juntos passam a criticar e reclamar, gerando uma força esparsa que irá alimentar os “irmãozinhos” que trouxeram em suas auras.

Esta falta de constância nos trabalhos, muitas vezes ainda leva o médium a seu afastamento completo da corrente, para tristeza dos mentores e festa dos seus cobradores.

Com um pouco de paciência e insistência, porém, tudo acaba se ajeitando, pega-se o ritmo, e - quem diria - caminha-se e trabalha-se muito bem nos diversos setores.

Kazagrande

(baseado em texto do Adjunto Otalevo e Aula do Trino Araken)