domingo, 13 de março de 2011

Boa parte dos nossos conflitos emocionais surgem da nossa relação como os pais. Acredito que isso não seja nenhuma novidade. Mas por que surgem esses conflitos? Porque os nossos pais também guardam conflitos mal resolvidos com nossos avós, e acabam passando, de forma inconsciente, seu problemas para os filhos através de exemplos, atitudes e palavras. Se os nossos avós têm problemas de auto-estima, se sofreram problemas de rejeição, ou se têm qualquer tipo de questão emocional, é claro que isso irá afetar a relação com os nossos pais. Os nossos avós, por sua vez, também tiveram lá suas questões com o nossos bisavós. Os nossos bisavós influenciam os nossos avós, que influenciam nossos pais, que nos influenciam. E eu, você, iremos passar boa parte da negatividade adquirida que veio das gerações passadas para os nossos filhos, que por sua vez, irão passar para seus filhos... Creio que deu pra perceber a dimensão maior e mais profunda dos problemas que carregamos e que vão passando de geração em geração.
Temos uma imagem dos pais como seres que têm o dever de ser maduros e responsáveis. Essa é a nossa ótica na perspectiva do filho. E nessa perspectiva, é como se fôssemos crianças. Uma parte de nós, cobra dos nossos pais coisas que eles deveriam ter feito ou que deixaram de fazer, o carinho e a atenção que não recebemos da forma que queríamos e etc... No entanto, não vemos que nossos pais também são filhos. Sabemos disso racionalmente mas não conseguimos enxergar isso em uma dimensão mais profunda, nos colocando no lugar deles de forma verdadeira.
No consultório, é comum detectar em pessoas de todas as idades, mágoas que carregam dos pais de fatos ocorridos na infância. Alguns não têm consciência desses sentimentos, mas eles começam a brotar enquanto aplicamos a *EFT (técnica para auto-limpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo) e tem gente que fica bastante surpresa com isso. Vários pensamentos podem surgir do tipo: Se meu pai não fosse tão repressor... se minha mãe tivesse me defendido do meu pai... se minha mãe não tivesse me rejeitado... se eles tivessem me dado apoio emocional e financeiro...
Nesse momento, estamos vendo pela perspectiva do filho. Estamos observando a situação de forma pontual pelo filtro das nossas emoções negativas. Para alguém que está cheio de raiva e mágoa dos pais não adianta muito você dizer que eles erraram porque também são filhos que carregam seus traumas e conflitos. Essa compreensão se torna muito mais fácil e profunda quando aplicamos a EFT para dissolver os sentimentos de raiva e mágoa.
Sempre que chegam casos como esses, aplico bastante a técnica até que a pessoa sinta que conseguiu limpar e perdoar cem por cento. Em muitos casos, isso pode ocorrer de forma rápida, pois a EFT é uma técnica bastante eficaz, mas em outros casos pode demandar uma certa persistência. Qual a importância de se chegar ao perdão? A libertação que isso traz é muito profunda. Saimos do papel da vítima, da criança magoada, e passamos a ver nossos pais como seres humanos, como filhos também. Nos tornamos mais adultos. A sensação de leveza e de poder comandar o próprio destino se torna mais intensa pois não existe mais a necessidade de culpar alguém pelos nosso problemas. Nossos filhos também serão beneficiados pois deixaremos de descontar essas frustrações neles.
Questões mal resolvidas com os pais, quer sejam mágoas, rejeição, raiva, abandono, interferem de uma forma muito significativa em todas a áreas da nossa vida. Quanto mais em paz você estiver com seus pais, mais a sua vida flui. Não importa se eles foram bons ou ruins, se erram ou acertam muito ou pouco, o que importa é o quanto você está bem ou mal resolvido com essas questões. A EFT é uma excelente ferramenta para curar esses sentimentos, não importa o quanto tenha sido difícil o relacionamento no passado.